V I N T E E U M

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Onde está Louise?

Harry e David estavam parados em frente ao apartamento da psicóloga. White sabia que a porta estava aberta porque Louise não teve tempo de trancá-la quando o policial a levou. Bastava girar a maçaneta e eles teriam acesso ao lugar.

— Não sei. — Harry deu de ombros. — Pode estar aí dentro — mentiu.

— Como você sabe onde ela mora?

— Fiz o meu dever de casa.

— Seja como for, não podemos entrar, podemos? — David perguntou incerto.

Harry franziu o queixo. Eles realmente não podiam entrar sem uma ordem judicial, mas aquele não era um real problema para White.

— Não, mas podemos entrar sob outras circunstâncias.

— Como quais?

A cena era um tanto cômica: dois policiais parados no meio de um corredor, olhando uma porta. David estava ali por vontade própria, já que não se negou a ajudar Harry quando recebeu a ligação do homem. Ele não era como Steven, que sempre queria pesar o que era certo ou não para nunca quebrar uma única regra, e aquilo era realmente bom. O problema era que Harry se irritava com bastante facilidade ao escutar todas as perguntas que David fazia. Ele era um homem bem curioso.

— Você ouviu isso? — Harry apurou os ouvidos.

David tentou seguir os instintos do parceiro, mas não escutou nada.

— Não...

— É um grito! — fingiu urgência. — E vem do apartamento de Louise. Ela pode estar em perigo! Nós temos que entrar.

David acompanhou Harry quando o homem entrou no apartamento. A cena foi rápida e fraca, a atuação de White vergonhosa, mas os cinco minutos nos quais David acreditou na mentira foram o suficiente.

Eles estavam dentro.

A sala do apartamento era escura e silenciosa, com os móveis de Louise marcados por resquícios do luar, quais conseguiam atravessar as cortinas e tomar lugar. Naquele momento, com todo o silêncio quase dramático e com Harry contendo-se para não rir da cara do parceiro, David suspirou e perguntou:

— Não teve grito nenhum, não é?

— Se alguém perguntar, teve.

David deu de ombros e Harry sorriu, prestando atenção no cenário à sua volta. Esteve ali mais cedo, mas tudo parecia extremamente novo. Era um mundo de possibilidades, e o policial estava animado para efetuar as primeiras descobertas.

— Estamos procurando o quê? — David perguntou.

Harry tirou um par de luvas do bolso e jogou para o parceiro.

— Qualquer coisa. Procure algo que tenha relação com Sofia Spilman ou Jared Norton. Precisamos achar uma conexão entre os três que vá além da profissional.

David concordou com a cabeça, colocando as luvas. Harry checou a hora no relógio de pulso, marcando um limite de 120 minutos até que os dois partissem. Colocou as próprias luvas e não conseguiu segurar o sorriso conspiratório que tomou os seus lábios.

E nas próximas duas horas, enquanto David procurava pistas que pudessem envolver Louise no assassinato de Sofia, Harry procurou algo que pudesse envolvê-la em qualquer outra coisa ilegal.

Aquela era uma chance para saber mais sobre a psicóloga, seu passado e qualquer coisa que ela poderia esconder. E ali, um único segredo seria útil, porque mesmo que Louise não estivesse ligada ao assassinato de Sofia, Harry acharia algo que a faria cooperar com as investigações mesmo contra a sua vontade. Ele acharia um meio de chantageá-la, pois White sabia que existia um. O policial vira o breve medo nos olhos de Louise quando ele mencionou que a mulher poderia ter problemas com a lei, bastava só descobrir o que era e, então, usar aquilo para fazê-la contar tudo o que sabia sobre Sofia Spilman. Depois ele a prenderia.

Por fim, Louise Campbell estava na palma de suas mãos

...

CONTINUA

Quem Matou Sofia? (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora