A verdade. (6)

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- Minha mãe tinha as serpentes como animal guardião, o mesmo a minha tia, meu pai era um gavião, a fama de minha mãe era de maldosa e mentirosa, o que não era mentira, para se casar com o antigo rei de Ladriel ela fez um trato com uma bruxa, porém ela descumpriu ele, como castigo, quando eu fiz treze anos a bruxa invadiu o castelo e condenou minha mãe, meu pai e eu, se nós falássemos alguma mentira, virariamos o animal que guardamos, uma semana depois meu pai e minha mãe caíram, mamãe passou a rastejar pelo castelo e papai vôo para longe. -dizia o rei com um tom de melancolia na voz.

- Então você passou o resto da vida sem poder contar nenhuma mentira? -perguntou Daniel intrigado com a história e quase tocando o animal enjaulado nas costas dele.

- Sim, nenhuma, me lembro de estragar várias amizades por não poder guardar segredos.

- Mas não tem como acabar com isso, de alguma forma?

- Sim... -ele abaixou a blusa e encarou Daniel o olhando no fundo dos olhos. - Preciso fazer o ritual do casamento, com alguém que eu sinceramente ame e que a pessoa me ame verdadeiramente, foi a condição da bruxa, já que meus pais se casaram sem amor, pensei que isso fosse impossível após a morte de... -Diogo travou encarando Daniel. - Não que fosse possível essa pessoa me amar também...

- Quem? -Daniel estava completamente intrigado.

- Não... é que eu já amei alguém, mas essa pessoa partiu, mas não importa, assim que lhe vi a amei de todo meu coração... -Daniel paralisou ouvindo as palavras de Diogo. - Sinto que tem que ser com você, além de tudo, quando virei rei fiz uma decreto, quem conseguisse me livrar da maldição, teria o que quisesse de minhas mãos... não vou lhe obrigar a me amar, mas se isso acontecer entre nós, me livrará de um peso, não que eu queira mentir, mas seria bom poder elogiar uma senhora feia só para melhorar a auto estima dela. -Daniel riu com a última frase.

- Rei Diogo, eu... -Daniel olhava nos olhos do homem, seu coração disparou, quando em um impulso ele disse alto. - Vou quebrar sua maldição! -um largo sorriso cresceu nos lábios do rei.

- Obrigado, já estava perdendo as esperanças, mas agora você as trouxe de volta... Acho que devemos ir dormir, amanhã será um longo dia...

- Sim. -eles se levantaram. - Boa noite Diogo.

- Boa noite Angelina. -Aquele nome fez Daniel voltar a realidade, como poderia quebrar a maldição de Diogo se ele o via como Angelina? - Até amanhã.

- Até...

  Cada um seguiu para um lado, Daniel começou a pensar em cada parte da sua vida, ele não escondia apenas um segredo, mas sim vários, dormir foi algo impossível durante aquela noite.

  De manhã os reis e rainhas preparavam suas carruagens, alguns já deixavam dito a data de seu casamento, outros saíram novamente solteiros, Abiner preparava tudo junto de Noah, que estava irritado com o falatório do homem.

- Ok, eu já entendi que você está feliz com o casamento do meu rei com a princesa Angelina! -disse dando um susto no homem, que nem percebeu que seu nervosismo o fez falar demais durante a manhã.

- Desculpe, mas é que Angelina é como uma irmã, ou até mesmo filha...

- Guarde suas emoções para você, não sou homem de conversa, se quiser conversar com alguém durante a viajem, sugiro minha amiga Elen!

- Nem vem, vou sozinha a cavalo! -disse a mulher montando em um belo cabelo preto, com uma armadura reluzente. - Além do mais, tenho que manter a segurança das damas!

- Deixa que eu vou! -pediu querendo fugir de qualquer companhia durante a viagem.

- Se vira! -ela saiu cavalgando, Noah bufou e encarou Abiner que ainda estava sorridente.

- Você bebê bebidas alcoólicas?

- Não.

- Droga, essa vai ser uma longa viagem! -o rei parou de cumprimentar os aliados e foi até eles.

- Onde está minha querida Angelina? -perguntou passando a mão nos cavalos da carruagem.

- Ela passou no jardim, queria pedir proteção às borboletas, vossa alteza. -afirmou Abiner olhando na direção oposta, alguns segundos depôs Daniel surgiu cercado de Borboletas, imediatamente Diogo começou a rir.

- Desculpem, elas não querem sair! -disse tentando se livrar das amigas inoportunas, elas eram coloridas e acabavam deixando Daniel mais lindo.

- Nunca vi tamanha beleza em uma pessoa, pode entrar com elas, eu não me importo. -Diogo deu a mão para ajudar ele a subir.

- Obrigado. -Daniel sentou, logo em seguida Diogo entrou e sentou a seu lado.

Borboleta no vale da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora