Descoberto. (18)

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O velho cortou as costas dos dois, Diogo gritou com se sentisse uma dor forte, Daniel virou, afinal não sentiu tanta dor quando foi cortado, e viu a jaula que mantinha o leão preso, se desfazendo.

- Vejam só, deu certo. -afirmou o sacerdote, a jaula se desfez por completo e Diogo parou de sentir dor. - Vocês agora estão oficialmente casados e o mais importante de tudo, se amam, podem ir.

- É isso? -perguntou Daniel passando a mão na costa de Diogo.

- Sim.

- Meu amor, você me curou, agora seremos felizes juntos para sempre. -afirmou Diogo colocando a blusa de volta e sorrindo largamente. - Que felicidade, vamos comemorar!

Diogo e Daniel saíram sorrindo, no salão foram coroados e todos os saudaram animados, uma grande festa se iniciou, com muita comida, bebida e dança.

No meio da festa Abiner, sem perder tempo, foi até Daniel, era óbvio o que ele queria.

- Muito bem Daniel, agora só falta uma coisa. -Abiner pegou dois frascos no bolso. - Um é para ele dormir e o outro é para você se fingir de morto.

- Tá... -ele estava obviamente triste.

- Tudo vai acabar essa noite, não se preocupe.

Daniel voltou para perto de Diogo e o abraçou forte, como se o fosse perder para sempre, pensar nisso o fazia sentir dor.

Ainda não era muito tarde, quando eles foram para o quarto, Diogo estava animado e feliz, praticamente pulando. Daniel foi ao banheiro, seus pensamentos estavam bagunçados, ele tirou a parte de cima, pesada do vestido, lavou a cara, respirou fundo, pegou os dois frascos que Abiner lhe deu e voltou para o quarto.

Diogo estava sentado na cama sorrindo, Daniel finalmente se lembrou de quando encontrou Diogo pela primeira vez, ele sorria daquele mesmo jeito quando era mais novo, um sorriso puro e inocente, Daniel começou a chorar descontroladamente.

- O que foi meu amor? -perguntou colocando as mãos sobre os ombros de Daniel. - Se estiver com medo da nossa primeira noite, não se preocupe, serei paciente.

- Não é isso...

- Então me diga o que é e farei de tudo para acabar com sua agonia, quero lhe ver feliz, não suportaria lhe perder, ou a ver triste. -a inocência e felicidade de Diogo faziam Daniel se sentir o pior ser vivente, ele o encarou diminuindo as lágrimas.

- Diogo... -Daniel se afastou, ficando de frente para ele. - Não posso viver sabendo que lhe fiz sofrer de alguma forma... Tem algo que preciso que você saiba... -devagar Daniel abriu parte de cima do vestido e mostrou seu peitoral reto.

- É isso? Eu não ligo que você não tenha peitos grandes, acho até mais atraente assim. -disse sorrindo e indo o abraçar, Daniel se surpreendeu com o fato dele ainda assim não perceber nada de errado.

- Não é isso! -gritou com a voz normal um pouco mais grossa, abaixo a cabeça e tirou todo o vestido, mostrando todo seu corpo, Diogo o encarou com espanto, parecia confuso, não sabia o que fazer.

- O que significa isso?!!! -perguntou sendo tomado por um sentimento de golpe, como se uma faca estivesse atravessando seu peito.

- Eu não sou Angelina, sou Daniel. -afirmou soluçando de tanto chorar. - Eu enganei o rei para salvar Erisene, fiz tudo sozinho, essa noite ia fingir minha morte, mas desisti do plano por conta de meus sentimentos, peço que castigue a mim e não mude sua posição quanto ajudar meu povo. -pediu ainda de cabeça baixa.

- Como pode me enganar?!!! -Diogo avançou em Daniel, o puxou pelos cabelos, arrastando ele até a parede e o prensando contra ela com violência. - Como?!!! -o rei bom e gentil sumiu, Diogo parecia uma fera atacando a presa, começou a rasgar as costas de Daniel com duas próprias mãos, enquanto gritava, o rapaz chorava de dor, mas não pedia para parar, achava que era seu merecido castigo pelo golpe, Diogo ia continuar o rasgado, mas de repente parou, se afastou rápido, como se sua consciência normal voltasse, Daniel se ajoelhou e o rei correu para fora do quarto, como se suas próprias ações o tivessem assustado, ele colocou as mãos na cabeça com o olhar quase tão aterrorizado quanto o de Daniel.

Borboleta no vale da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora