A cerimônia. (17)

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  Antes do dia do casamento, as coisas ficaram calmas pelo castelo, Daniel passava boa parte do tempo com o rei, algumas vezes conversou com Elen e descobriu que tinham muitas ideias em comum, o que tornou a relação entre ela e ele mais agradável. Abiner e Noah viviam seu romance maluco, que os fazia esquecer os problemas.

  A rainha cobra tentou dizer algo a Diogo, porém foi ignorada, haviam muitas outras coisas a qual o rei se preocupava, Catarina também não a deu atenção, pois estava organizando o casamento.

  O grande dia chegou, todo reino estava em festa, ricos e pobres comemoravam nas ruas do reino. Dentro do palácio Daniel chorava feito criança, enquanto as costureiras acertavam os últimos detalhes do vestido, as senhoras achavam que as lágrimas de Daniel eram emoção pelo casamento, mas na verdade era puro remorso de suas ações.

- Vai dar tudo certo princesa, você precisa parar de chorar para ficar maravilhosa no altar.

  As palavras delas só faziam Daniel chorar mais ainda, afinal naquela noite sua única certeza, era de que morreria, com a poção, ou na guilhotina de fosse descoberto antes. No grande salão os convidados tomavam seu lugar, como mandava a tradição, Diogo chegou primeiro, acompanhado de um leão e de Noah, usando roupas douradas e chamativas ele comprimentou​ a todos os convidados, que desejavam amor, alegria e paz no casamento do rei.

  Diogo foi para o altar, o leão se posicionou ao lado dele, alguns minutos depois um servo anúnciou que a futura rainha estava pronto, uma música suave começou a tocar no salão, a grande porta se abriu, todos os olhares se voltaram para lá, Daniel entrou usando um grande vestido branco com detalhes azuis e roxos, a cauda era bem longa e cheia de brilho, a cabeça estava descoberta, já que logo uma Coroa estaria alí, assim como Diogo ele cumprimentou todos os convidados, enquanto as borboletas o seguia.

  Ao subir no altar Diogo pegou na mão dele e abriu a porta que ficava atrás deles, lá aconteceria o ritual, mas ninguém além dos noivos, do sacerdote, das borboletas e dos leões entraria lá, era um ritual reservado, apenas nobres que já haviam de casado sabiam exatamente o que se passava na sala, isso mantinha a curiosidade e animação dos noivos.

  Diogo e Daniel entraram, um senhor usando roupas coloridas e muitas jóias, estava sentado com as pernas cruzadas, em frente a um buraco com um líquido vermelho e duas almofadas, uma de cada lado.

- Veja só, Leão e Borboleta, que interessante. -o velho sacerdote começou a rir.

- Qual o motivo da risada? -perguntou Diogo intrigado.

- O Leão ama Borboleta... Que ama Leão... -ele encarou Daniel. - Mas ele não sabe tudo sobre Borboleta.

- Todas as cerimônias são assim?

- Não, mas essa é especial, pois não são todos que se amam... Sentem de costas um para o outro.

  Eles obedeceram, o vestido de Daniel tinha um grande decote nas costas que deixava a mostra a asa de borboleta desenhada nela, as costas de Diogo também estavam a mostra, um leão enjaulado estava lá.

- Muito bem, a partir de hoje vocês são um só, devem amar, proteger, cuidar, ser paciente e sinceros um com outro, que a relação de vocês seja forte, saudável, amorosa, compreensiva, alegre, carinhosa e muito feliz, que o Deus que protege Ladriel, abençoe essa união. -o sacerdote pegou uma navalha afiada, passou um pano nela e respirou fundo. - Essa não é uma simples união, apenas o amor pode libertar o Leão de sua prisão, que a sinceridade permaneça com ele, mas de livre e espontânea vontade, Borboleta aceita Leão?

- Sim. -o sacerdote se levantou colocou uma aliança no dedo de Daniel.

- E o Leão, aceita a Borboleta?

- Nada me faria mais feliz. -ele colocou outra aliança no dedo de Diogo, em seguida voltou a posição original.

- Agora só falta uma parte. -ele pegou a navalha novamente, dessa vez fez um pequeno corte nas costas de Daniel, em seguida fez o mesmo em Diogo. - Eis a hora da verdade.

Borboleta no vale da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora