Partindo. (22)

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  Antes que a história da princesa, que na verdade era príncipe e filho de uma bruxa pudesse chegar aos ouvidos, dos grandes líderes do Palácio dos Juízes, Diogo, Noah, Abiner, Elen e Catarina, partiram para salvar Daniel, eles pegaram apenas alguns pertences valiosos, comida, cavalos e armas, e fugiram de Ladriel.

  Abiner sugeriu, que começassem sua busca nas grandes montanhas negras, local onde as bruxa se escondiam, algumas vendiam sua magia (afinal não tá fácil para ninguém), outras simplesmente viviam lá e as vezes saiam para atacar vilarejos, era difícil chegar ao nível de Adriela, poucas bruxa eram forte como ela, então a maioria acabava morrendo cedo.

  Mas as que se assemelhavam a Adriela, essas eram preocupantes, não precisavam de grandes motivos para sacrificar, virgens, crianças e pessoas que eram guardiãs, isso preocupava muito Abiner.

- Precisamos chegar lá o mais rápido possível! -dizia ele angustiado, pensando em mil coisas que Adriela poderia fazer, com o corpo de Daniel, antes de ser mãe, ela já era uma bruxa.

- Conseguimos sair de Ladriel, isso já é uma vitória. -afirmou Catarina indo atrás de todos.

- Sentirei saudades de meu povo, mas não posso viver sabendo que deixei o amor de minha vida, nas mãos de uma bruxa!

- Não se preocupe Abiner, vamos chegar rápido nas montanhas negras. -disse Noah de forma fria, Abiner reparou que desde que Daniel sumiu, ele estava o tratando com descaso.

- Algum problema Noah? -perguntou se aproximando com o cavalo.

- Não, por que haveria algum problema? -estava óbvio que algo incomodava Noah.

- Não sei, está frio comigo desde que saímos de Ladriel, me tratando como um cachorro.

- Desculpe... não foi intencional, é que... esqueça. -ele saiu na frente pela trilha escura, por causa das árvores, mas Abiner insistiu e foi atrás.

- Por favor, não quero que as coisas fiquem assim entre nós.

- Daniel não morreu como você disse, ele está vivo e você está louco de preocupação por ele, comecei a me perguntar... se você se preocuparia tanto comigo... -Abiner não esperava por aquilo, foi quando ele se perguntou a mesma coisa.

- Sim... -respondeu sem muito firmeza, Noah riu e abaixou a cabeça.

- Tudo bem, você não é obrigado a sentir algo por mim.

- Mas...

  Abiner não sabia o que dizer, não queria perder Noah, mas também, não tinha certeza se seus sentimentos por ele eram maior de que aqueles por Daniel...

  Diogo estava arrasado, tentava manter o foco em chegar o mais rápido possível nas montanhas, mas sentia uma agonia em seu coração, que o deixava emocionalmente fragilizado, tinha medo de nunca mais ver aquele pelo qual, jurou amor eterno.

  Enquanto isso, longe dali...

  Adriela chegou a seu lar, arrastando Daniel por uma corrente, amarrada no pescoço do rapaz durante o caminho, o lugar até que não era ruim, bem decorada, com frascos de coisas por toda parte, fora isso parecia uma casa de um cidadão comum.

- Gostou do seu novo lar, filhinho?! -perguntou o puxando pelo pescoço, como um animal.

- Que diferença faz?

- Não seja cruel com sua amada mamãe, nós somos uma família agora.

- Eu já tinha uma família, você me tirou dela! -disse nervoso e começando a chorar.

- Chama aquilo de família, acha que Diogo iria poder lhe proteger, depois de descobrirem que você é macho e ainda por cima filho de uma bruxa? -ela puxou o rosto do rapaz para perto de si. - Você pode até se parecer com uma linda borboleta, mas nada muda o que você realmente é, então apenas aceite seu destino.

- E qual é o meu destino? Viver preso a você?

- Não... -ela abaixou a cabeça e andou até uma porta. - Venha comigo querido.

  Adriela continuou arrastando ele, até uma outra sala, ela estava vazia, mas na parede de frente, Daniel viu algo que o assustou, parecia um dragão preso na pedra, ele era muito grande, com dentes enormes, sua pele vermelha até era bonita, mas não deixava de ser assustador.

- Desde que eu era uma menina, tinha uma grande obsessão, queria me tornar, a maior bruxa dominante de todas as feitiçarias, que existe nesse mundo, mas isso não seria fácil, comecei a arquitetar meus planos... -ela começou a acariciar a pedra onde o dragão estava, enquanto sorria, sua voz era suave, mas com muita maldade. - A muitos anos essas belas criaturas foram extintas, pelos malditos caçadores de dragão, meu plano de conquista é bem simples, vou usar minha magia, para despertar essa raridade, a qual eu encontrei por sorte, ou obra do destino e me aliar a ele, mas para isso eu preciso do corpo de um guardião... no caso, você meu querido filho.

- Não, vou te ajudar a despertar essa criatura. -disse tentando se afastar.

- Ah... você vai sim! -afirmou trocando a voz suave, por uma amedrontadora.

Borboleta no vale da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora