Resolvendo. (19)

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  Daniel não conseguia se mexer com as costas ardendo, ele apenas ficou ajoelhado esperando Diogo voltar e dar sua sentença final, tudo nele doía, dentro e fora.

  No corredor, Diogo olhou sua mão direita com sangue e se desesperou, começou a chorar se achando o pior dos monstros, seus pensamentos começaram a se livrar da raiva de ser enganado e o amor que sentia começou a o castigar pelo ato.

- O que foi que eu fiz? -se perguntou correndo de volta para o quarto. - Daniel! -gritou entrando.

- Por favor me castigue, mas não destrua Erisene, aceito qualquer punição, mas poupe meu povo.

- Consegue se levantar? -Daniel tentou mas caiu, Diogo o ajudou. - O que deu em mim para fazer essa atrocidade?

- A culpa foi minha...

- Vou cuidar de seus ferimentos! -Diogo correu para o banheiro, rapidamente voltou com um pote cheio de água e alguns panos. - Me perdoe. -dizia limpando os ferimentos e começando a chorar, Daniel não conseguia entender, pensou que o ódio tomaria conta do rei e que ele o mataria com as próprias mãos.

- Fui eu quem errei, não peça desculpas...

- Eu não podia fazer isso com você. -Diogo virou Daniel de frente para si, olhou no fundo de seus olhos azuis e passou a mão no rosto dele, Daniel ficou confuso com a ação. - Não podia fazer isso com a pessoa que eu amo...

- Ainda me ama, depois de tudo?

- De fato estou com muita raiva de ter me enganado, se tivesse pedido eu ajudaria Erisene, pois antes de tudo isso, eu já... -Diogo parecia estar medindo suas palavras, mas não havia forma correta de dizer o que ele sentia. - Daniel, eu te amava antes de tudo, não sabe como eu sofri, quando soube da sua morte, no baile não era só casamento que eu queria, meu principal objetivo lá era ajudar o povo da pessoas que eu amei e perdi... -a surpresa de Daniel foi intensa, ele não podia imaginar aquilo.

- Então foi para palácio na esperança de salvar meu povo?

- Sim.

- Como eu fui idiota... Não esperava por isso. -Daniel de sentia frustado e um tonto por agir tão desesperadamente.

- Isso não importa, o que está feito não pode ser mudado, o importante é que Erisene será reerguida, seu povo não perecerá mais e que eu tenho certeza que você me ama... Mas não pense que vai escapar de ser castigado.

- Tudo bem, não vou me queixar, pode dizer qual é a sentença.

- Daniel de Erisene, você está condenado... -Diogo se levantou, sorriu e aproximou seus rostos. - A passar o resto de seus dias ao meu lado. -e deu um beijo na testa de Daniel. - Não ouse desobedecer.

- Mas... Uma hora vão descobrir que sou um homem.

- Na verdade vou contar a todos amanhã.

- Que?!!! Diogo, caso não tenha percebido não são muitos reis que se casam com homens...

- Meu reino é conhecido por ser peculiar, não ligo para isso, só quero ficar a seu lado, agora vamos dormir, suas costas devem estar doendo muito.

- Mais uma vez peço perdão. -Diogo deitou na cama e abriu espaço para Daniel deitar do lado dele.

- Vem aqui. -Daniel se embrulho na roupa e deitou ao lado de Diogo, que começou a fazer carinho no cabelo dele. - Vamos esquecer tudo o que se passou e recomeçar, ok?

- Ok... Mas estou com medo, de todo os outros...

- Enquanto eu viver vou lhe proteger, hoje foi a última vez que eu machuquei você, seremos felizes juntos. -Daniel encarou ele e passou a mão em seu rosto.

- Certo... -Diogo se aproximou mais e beijou ele, devagar.

- Boa noite meu amor.

  Eles dormiram juntos, Daniel se sentia um pouco melhor por dentro, mas ainda tinha muito medo, se continuasse como Angelina poderia ser descoberto e se Diogo contasse a todos a verdade, ele mesmo poderia se prejudicar.

Na manhã seguinte, quando Daniel abriu os olhos, viu Diogo com uma bandeja cheia de comida.

- Bom dia. -ele colocou a bandeja ao lado de Daniel e sentou no canto da cama.

- Bom dia...

- Está melhor? -perguntou indo em direção às costas dele.

- Sim, não se preocupe.

- Me deixe fazer um curativo melhor.

- Ok.

  Daniel se sentou de costas para ele, enquanto comia. Diogo passou uma pomada que pegou com as cozinheiras, nas costas dele e fez um curativo, quando terminou Diogo começou a provocar ele com cócegas, Daniel riu e tentou afastar ele, mas logo estavam brincando juntos, como pessoas que se amam.

Borboleta no vale da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora