Abiner estava revoltado com a situação, ele levantou do sofá e foi até a porta, mas no mesmo momento, Noah a abriu empurrando o conselheiro para trás.
- Se arrependeu de ser rude comigo? -perguntou Abiner o encarando em tom de provocação.
- Não, veja quem eu encontrei enquanto saia... -Diogo e Daniel entraram na sala, rindo feito loucos e sujos de lama.
- Mas o que é isso? -perguntou Abiner, quase não reconhecendo quem estava em baixo de toda aquela lama.
- Parece que meu rei e sua princesa, passaram a noite se divertindo, enquanto nós nos preocupavamos. -afirmou Noah se controlando.
- Perdoem nosso mal comportamento, mas essa noite foi esplêndida, nunca me divertirá tanto! -disse o Diogo ainda empolgado. - Acho melhor, nós irmos nos aprontar, e depois falamos, aliás quero o casamento para o mais cedo possível, que tal na próxima semana Angelina? -perguntava tentando tirar a lama da cara dela.
- É... tudo bem... -respondeu meio em dúvida, mas então lhe veio na cabeça que se ficasse mais tempo com o rei, poderia criar mais sentimentos indevidos. - Também acho que devemos nos casar o mais cedo possível! -afirmou tão empolgado quanto Diogo.
- Ótimo, então vamos nos casar em quatro dias!
Abiner e Noah ficaram de queixo caído, até que o rei foi para um lado e a princesa para o outro, enquanto eles ainda estavam com cara de bobo.
- Como podem planejar isso tão rápido? -perguntou Noah ainda confuso.
- Nunca tente entender a família real! -afirmou Abiner dando tapas nas costas deles. - Mas fassa as vontades malucas deles.
A noite chegou, todos foram jantar no salão real, sentados a grande mesa discutiram os preparativos do casamento, Diogo era o mais empolgado, chegava a saltar da mesa em determinados momentos, Daniel apenas ria, mas algo o preocupou, Diogo queria colocar todas as costureiras do castelo, para fazerem o vestido do casamento, o problema é que elas teriam de medir suas curvas.
Após o jantar Daniel foi conversar com Abiner, que havia lhe dado várias broncas, desde que chegou do passeio com o rei.- Você se arriscou muito, ficando esse tempo com o rei, mesmo se parecendo muito com sua irmã, ele poderia ter percebido algum de seus traços masculinos! -disse quase encostando Daniel na parede.
- Mas não percebeu, pare de reclamar, tenho problemas maiores! -afirmou empurrando Abiner e abaixando a cabeça. - Abiner... acha que um homem pode amar outro?
- De que forma? -perguntou encarando o rapaz com estranheza.
- Como... alguém que quer tocar...
- Não posso acreditar, você está amando o rei?! -Abiner colocou a mão na cabeça. - Daniel, não ouse fazer nenhuma besteira, a muitas coisas em jogo!- Eu sei, estou abrindo mão da minha vida por isso, não vou desistir, mas não quero que ele sofra, quando Angelina morrer novamente...
- Ele vai ficar bem.
- Mas e a maldição, será que vai se quebrar, mesmo eu não sendo quem deveria ser?
- Isso não é problema nosso!
- Claro que é!
- Já chega, amanhã você precisa se preparar para as costureiras, então descanse e acorde cedo.
Abiner o deixou na porta do quarto e saiu andando pelo castelo, ele estava preocupado com Daniel e Erisene, mas tentava se manter firme, foi quando viu Noah, pela janela, no jardim, decidiu ir até lá o cumprimentar, o homem parecia distraído com a lua.
- Atrapalho? -perguntou Abiner se aproximando.
- Sim. -respondeu sem tirar os olhos da lua. - O que quer?
- Conversar, não tenho muitos amigos aqui, Elen tenta me matar quando falo com ela, você é o que mais fala comigo aqui.
- Que azar. -suplicou o encarando.
- Tudo bem, se minha presença lhe faz tão mal vou embora, só queria saber o que fiz para merecer sua inimizade. -disse se virando para sair, um pouco indignado.
- Nada... -Noah segurou o braço de Abiner. - Acho que acabei me afastando das pessoas, com medo de as decepcionar... -ele mesmo estava confuso com suas próprias palavras.
- Se ficar com medo, não vai poder encarar a vida.
- Sabe guardar segredo?
- É para isso que eu sirvo.
- Vem comigo. -Noah começou a o puxar pelo braço, sem violência, mas o impedindo de seguir outro caminho, até chegaram ao quarto de Noah, no primeiro andar do castelo, não era muito grande, mas bem organizado. - Senta. -pediu sentando em um sofá no canto, Abiner fez o mesmo.
- O que quer comigo aqui?
- A proposta de desabafar ainda está de pé?
- Claro.
- Então preste atenção, pois o segredo da minha cicatriz envolve o rei e coisas que não ouso nem lembrar...
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Borboleta no vale da morte.
FantasyEstou certa a dizer que a maioria das pessoas gosta de contos de fadas, porém isso é algo muito idealizado, sempre uma princesa e um príncipe, algumas pessoas tem um ponto de vista diferente desse "ideal" eu sou uma dessas pessoas. Sinopse: O reino...