(Condessa Drakul) - Ela e sua Escuridão

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"És a mais bela dentre todas,

Criação de alma leve e coração de ouro,

Compartilharas comigo seu afeto?

Serei digno de pertencer-te?

Serás tu a prometida?

Ou apenas uma ave de mau agouro?

Mesmo que agora entre ossos quebrados habites, e que meu sangue se torne somente teu alimento, que sirva para lhe servir, e a mesmo que vida como conhecida não exista mais em ti.

Te amarei nessa e na próxima vida, sem nem mesmo ser preciso entender ou desejar, querer resistir,

Não há dúvida, não há medo.

Duas Almas num coexistir.

Por mim serás a musa, a música dos clarins!

Porque és a mais bela dentre todas!

E serás tu, sempre e única,

A mulher que me renovará os dias, um a um,

Do alto de seu brilho lívido e quieto,

Com seu rosto eterno e incomum.

Chamarei-te para sempre, oh minha condessa Drakul!"

(Poema de Vlad para sua esposa, Mina)

...

Romina fez uma chamada de vídeo para seu professor e conversou a respeito de estender a viagem caso precisasse. O tom da conversa foi suspeito, ele temia que ela estivesse metida em encrenca, o que Romina amplamente negou.

Numa de suas idas a Sighisoara Vlad trouxe consigo um de seus respectivos executivos, a conversa estrita sobre negócios e finanças despertou o interesse de Romina que estava no computador em seu quarto. Um rosto diferente era muito bem vindo agora, então tirando o pijama se vestiu e desceu.

Apesar da temperatura estar agradável, Vlad tinha acendido a lareira ficando de costas para a escadaria, seu convidado na poltrona mexia um copo de whisky com uma perna sob a outra, três coisas eram chamativas nele, a camisa branca, o bigode e os olhos verdes.

- Não perde mesmo o costume de olhar perdido pra esse fogo?

- Não, ajuda a reorganizar os pensamentos.

- E também demonstra que você está queimando, não está?

Vlad olhou para ele.

- Insinua que...

- Admita Vlad, você está queimando por ela.- bebeu um gole do Whisky e percebeu Romina nas escadas.- Olá, temos uma visita aqui.- olhou para Vlad surpreso com a falta de menção a garota, o amigo tinha no rosto uma expressão amarga.

- Romina.- disse Vlad.

- Vlad.- disse ela descendo as escadas.

O visitante ficou de pé, mesma altura de Vlad porém mais magro, os lábios carnudos e o cabelo curto, estendeu a mão a Romina e depositou um beijo, de todo não lhe era estranho.

Diante da cena Vlad se virou para remexer as brasas.

- Prazer, Alexander.

- Romina.

- Ah, posso chamar de Mina?- olhou de esguelha para Vlad, nitidamente uma indireta venenosa.

- A vontade.

Garota Besta-Fera & Outros Contos Adaptados (Sob Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora