(Condessa Drakul) - Always

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"Existe algo em torno dela que não se explica, um magnetismo, um poder de me deixar sem reação que as vezes me cega. Não raro, me faz desejá-la. A frieza da realidade não corresponde a brasidão que carrego nas veias. Mas sabemos da impossibilidade dos fatos.

Carrego o sangue de Mina no corpo, o primeiro a me salvar e a me maldizer, se Romina tem algum laço especial de teorias espíritas ou antepassadas com ela estarei eu de novo sendo responsável pela sua vida ou morte, e me recuso a pensar nisso agora diante da possibilidade.

Escrever esse bilhete na raiva, no temor, me faz ter sentimentos latejando aqui dentro que me incomodam, a parte humana não pode nem deve aparecer, muito menos agora na angustia. E reconheço que essa imparcialidade que tomo fará com o que os riscos dobrem ao longo do tempo. A começar pelo fato de que a Condessa me contatou a dois dias, já ciente de todo o histórico de Romina.

A guerra se aproxima e eu temo por ela..."

Parei de rabiscar o papel quando o celular tocou. A julgar pelo numero desconhecido não era Alexandre, o que piorou visivelmente o meu estado de espírito. Se é que ainda tenho um. De angústia a peso na consciência o latejar dos nervos tensos me deixavam mal humorado. Ele e Romina poderiam estar em maus lençóis... Não, lençóis não era a palavra certa, era?

A voz sensual e sua risada eram inconfundíveis para uma mente atormentada por elas em sonhos e em vida por mais de trezentos anos. Tanto que minha reação foi apertar a caneta até quebrá-la em pedaços na mesa ao ter que ouvir meu nome sendo pronunciado com escárnio e petulância.

- Quanto tempo querido Vlad.

Com a pulsação alterada imaginei aquela voz com seus caninos pontiagudos a espera de sua vitima preferida. Eu.

Garota Besta-Fera & Outros Contos Adaptados (Sob Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora