(Condessa Drakul) - Queimando Vivo

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"Dizer que eu estava calmo era um exagero, porém tentei não cometer algum deslize que acabasse me fazendo perder a cabeça. Alex e Romina estavam juntos e correndo perigo, a coisa toda saia como eu tinha tentado evitar. Peguei a primeira coisa que me veio a mente para tentar esfriar, um copo de uísque, quando a tela do celular acendeu com o nome de Alex."

- Vlad, estamos aqui no mesmo lugar que você nos mandou, Romina está lendo uns textos estranhos aqui e eu tô preocupado com a reação dela... Ela já sabe...

A menção de que "ela já sabia" senti um gelo descer garganta abaixo e não foi o do copo.

- Vlad? Está aí? - Alex interrompeu meus pensamentos.

- Eu tô. Espero vocês chegarem.

Com isso eu continuaria com meu plano de me acalmar até que soubesse exatamente o que fazer.

...

Era inicio da madrugada quando escutei o barulho dos dois, abri parcialmente a porta do escritório e permaneci olhando o corredor, sussurravam e ela parecia preocupada com alguma coisa. Quando Alex se aproximou da minha porta parou antes de bater.

- Entre. - disse.

Olhei para ela sem conseguir dizer nada, a respiração dela estava carregada.

- Conseguiram?

Romina me estendeu um papel amarelado, com a data de 1813.

- Aqui. - disse-me, toquei o papel com os olhos fixos nela.

- Obrigado.

- Por que não me disse que não era mera coincidência? - ela disse com alguma coisa muito incandescente nas palavras, talvez o medo.

Alex passou o dedo pela boca e olhou de canto.

- Com licença. - disse ele.

- Não, você fica. - ela foi muito rápida em se virar e encara-lo.

- Eu preciso mesmo ir, Romina. - Alex voltou a dizer saindo, a porta batida ela se encostou em uma cadeira.- A conversa não é minha.

- Então por onde vai começar, Vlad? Tenho a madrugada toda.

Coloquei o copo vazio em cima da mesinha, olhei as horas, eram duas e meia da manhã, já estaria amanhecendo quando eu terminaria de contar aquela mesma história por tantas vezes como vinha fazendo desde que ela aconteceu, poderia ter imaginado pior hora para isso? Não.

Eu me sentia queimando vivo, sem poder lutar, em troca de outra despedida ou outra morte, nunca saberia dizer ao certo o que vinha depois, mesmo com medo comecei a relembrar tudo o que me atormentava a séculos, focando na praticidade dos fatos, sem excesso de culpa ou de vítima, olhei firme nos olhos dela fazendo as palavras de Alex as minhas:

"E se ela perdoar, cogitou isso em algum momento? Não é porque uma não perdoou que ela não o possa... Ela não é a Mina, a sua Mina, ela é outra pessoa, muito mais evoluída e preparada para receber a idéia, e você sabe, ela é apenas uma pessoa com quem você deve ser sincero."

Com um suspiro aguardado a mais de dois séculos, comecei a falar sem demonstrar estar afetado.

- Tudo começou quando eu me casei pela segunda vez depois da trágica morte da primeira esposa, dessa vez eu realmente não esperava que as coisas se complicariam, especialmente com Juzstina, a mãe do meu filho Mihnea, O Mau...

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