Tinha se passado duas horas e uns quarenta minutos que eu tinha visto Clark pela "última vez" e relembrado nossos bons tempos. Dói deixar bons momentos para trás e minha vingancinha poderia começar de leve.
Receosa da preocupação de meu pai voltei para casa e falei para ele que teria que fugir, minha sorte foi que ele não tinha ligado para a policia ainda, imaginou que toda aquela transição do luto tinha me afetado e me deu um tempo.
A visão dele sentado na sua poltrona lendo o jornal me congelou o estômago, quase pensei em desistir no meio da porta ...
- Pai, eu preciso sair daqui por alguns dias.- disse a queima roupa antes que ele me fizesse mudar de ideia.
- Porque? Você se meteu com drogas?- ele se levantou. - Bella, tenho notado você muito estranha. A policia me disse que Rony usava drogas, por favor me diga que você não está metida nisso.
- Tray, e o irmão dele estão atrás de mim por isso, acabei de entrega-los a policia pai.
- Tray? Eu não consigo crer... O que você fez?
- Eu também não, e não fiz nada, a coisa toda começou com o Clark, por ciúme... Mas não se esqueça, eu te amo. Volto quando der, te buscar.
- Sabe se cuidar sozinha?
- Sei, tenho ajudas.
- E você vai me deixar também... - seus olhos se encheram de lágrimas enquanto eu me calava.
Nos abraçamos demoradamente e subi pegar minhas coisas para viajar.
Rapidamente abandonei aquilo que jurei jamais deixar algum dia como minha mãe tinha feito, irônico isso não? É completamente estranho sentir essa necessidade de partir quando o que se quer na verdade é ficar.
No inicio da madrugada virei as costas para meu pai que me sondava pela fresta da janela, aquilo ficou sendo em minha mente a ultima imagem daquilo que um dia chamei de lar.
...
Rox foi quem me deu abrigo em sua casa de campo, seu pai caçador a tinha para guardar as armas.
Nem sinal de Fera ou Clark quando me estabeleci na casa. Isso era preocupante vendo o prazo apertado se apertar ainda mais.
Escrevi um e-mail ao meu pai e liguei a TV com uma cerveja na mão quando ouvi barulhos vindo do quintal.
Eu estava sozinha naquele buraco no meio do bosque, contudo cercada de armas de todos os calibres...
A única coisa que eu sabia a respeito de armas era mirar e atirar.
Fui pé por pé até a porta e pelo vidro encontrei uma moça saindo da escuridão e vindo bater a porta.
A julgar pelo meu medo, fui bem corajosa em abrir.
- Caramba que susto... Você é? - a moça parecia estar cansada, e não afim de querer brigar.
- Bella.
- Ah, acho que errei de história, eu procurava a chapeuzinho vermelho. Mas pode me dar um pouco de água por favor?
- Você por acaso é o lobo mau?
Ela sorriu.
Olhei para ela, estava muito magra e machucada.
- Entre, eu moro aqui por uns dias.
- Obrigada. Você conhece o Bill?
- Sim e você.
- Ele me salvou uma vez, devo minha vida a ele...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garota Besta-Fera & Outros Contos Adaptados (Sob Revisão)
ContoUma nova versão dos grandes contos! E que tal começarmos com... "A Bela e A Fera?"