(Condessa Drakul) - Sonhe, minha linda criança, sonhe!

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Após uma chuva pesada desci do alojamento rumo a biblioteca, a dor de cabeça de ontem me fez me recolher mais cedo, a porta do prédio encontei meu professor da tese com o rosto feliz.

- Ótima noticia para você!

- O que foi?

- Aprovaram sua tese e mais, um renomado professor de Oxford quer ver!

- Que excelente noticia, quando foi isso?

- Ontem a noite, assim que você saiu. E como está da dor de cabeça?

- Bem, muito bem, eu dormi feito um anjo.

- Mudou de ideia de ir viajar?

- Como?

- Bem a uns dias atrás você disse que iria para a Romênia esfriar sua cabeça. Não vai mais?

- Espera, eu... - o choque chegou assim que ouvi aquilo, havia uma mala feita no meu quarto, eu me lembrava da Romênia, como eu não tinha ido?

- Bom, você acabou de voltar da Alemanha também, então entendo. - quando o professor me disse aquilo logicamente entendi, eu havia omitido tudo que vi, ainda mais por que sabemos bem como ele reagiria aquilo tudo.

- Ah sim, claro. Professor, o senhor acredita em sonhos?

- Ah sim, sempre, outro dia sonhei que deixei a janela aberta e ela realmente estava, não há motivos para se duvidar de um sonho, criança. Mas a propósito, a direção me disse que assim que possível um dos colaboradores do seu projeto vem hoje.

- Ah o prazo, tinha esquecido.

-  Então eles já chegam, tudo bem para conversar com eles?

- Claro, sempre.

- E o que sonhou?

- Bem, que eu conheci o Drácula, e o matei.

O professor riu alto e me deu tapinhas em minhas costas.

- Eu também faria o mesmo.

Passei aquele resto de manhã absorta em meus pensamentos decorrente daquele sonho nefasto, meu corpo todo doía e como tinha que fazer sala para os importantes tratei de ler algo feliz para retirar meu panico de estar enlouquecendo. 

Naquele meio de dia conheci meus colaboradores, e qual minha enorme surpresa ao ver em minha frente Alex e a digníssima Condessa de meus delírios oníricos ?! O receito de lhes apertar a mão e ouvir seus nomes me estagnou a porta, foi preciso meu professor me dar um empurrãozinho leve para que andasse em sua direção.

Ouvi-os falar e os imaginava como havia conhecido antes. Faltava apenas um, e deste eu sentia mais falta do que imaginei que seria possível ou provável.

Saindo para meu dia de folga, depois da exaustiva reunião, recebi em meu correios alguns papeis inúteis de anuncio e um guia da Romênia amassado juntamente com um envelope amarelado com somente meu primeiro nome em caligrafia antiga. Devia ser uma brincadeira de alguém que conhecia meus gostos excêntricos. Guardei o pacote na bolsa e saí.

Antes ainda de alcançar o ponto de ônibus, a secretaria me gritou me fazendo recuar e voltar.

- Tem um professor emérito de historia que quer conhecer você, ele leu seu artigo do semestre passado.

- De onde ele veio?

- Advinha só!

Me virei diante de passos e topei diretamente com ele, Vlad, em um sorriso doce e olhos vivos.

- Olá, você deve ser a senhorita Romina, prazer, eu sou Conrad Shaw, da Universidade de Brasov. - ele me estendeu a mão que eu apertei de boca aberta, o calor era real, ele até parecia mais corado... mas eu, eu, eu o havia visto morrer! Eu o havia matado!

Garota Besta-Fera & Outros Contos Adaptados (Sob Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora