Garota Besta-Fera & Outros Contos Adaptados (Sob Revisão)

(Condessa Drakul) - Lady

A história de Vlad era longa e tenebrosa, ouvi o começo com atenção até me perder nos detalhes do meio, não pude evitar fingir que não importava.

Continuamos aquela história pela madrugada até o sol nascer fraco com prenúncios de chuva, a névoa ainda esfriava a paisagem com uma luz alaranjada vinda da estrela. Alex desceu com dois livros na mão e nos encontrou na lareira recém acessa. Vlad estava em sua cadeira de espaldar alto e eu encolhida de frente ao fogo no sofá.

- Eu andei lendo seus antigos diários e acho que ela pode estar no que antes era a casa de vocês.

- Não acredito, ela provavelmente vai estar em algum hotel de luxo. Torrando tudo que pode pegar. - Disse Vlad contemplativo.

- Bom, eu não sei se uma vampira num hotel com tanta gente seria uma boa ideia.

- Eu já fiz isso. - Vlad respondeu.

- Mas você é discreto. - Alex interveio.

Continuei encolhida olhando o fogo até minha memória me trazer um flash. Naquela rua que passamos buscar o que Vlad nos pediu existia uma mansão com luzes de velas.

- Tem uma casa abandonada com luzes acessas naquela rua.

Vlad e Alex ficaram em silêncio me olhando fixamente. Eu não via, mas sentia a atenção deles em mim.

- Onde exatamente? - Alex se aproximou de mim.

- Um pouco acima. E que lugar melhor para se esconder?

- O pessoal da ordem estaria do lado dela, uma verdadeira afronta. Não é de me espantar que o faça.

- E o que vamos fazer com ela?

- Se a ver? - Vlad começou. -  Pegue a espada.

O telefone de Alex tocou quando abri a boca para retrucar o que aquilo queria dizer.

- Ok, pode falar, respire fundo e comece devagar. - pela sua cara alguma coisa de ruim tinha acontecido, Vlad não evitou se levantar alarmado.

- O que houve?

- Invadiram a biblioteca da faculdade e levaram todos os manuscritos da... sua época.

- Deixaram vestígios? 

- Nada. A unica coisa que a nossa informante nos disse foi que ouviu alguém sendo chamado de "Lady".

- Ah claro, A Condessa. Já podia imaginar, mas o que ela quer com manuscritos? Sabe de algo, Romina?

- Não. Mas posso julgar que queira comprar alguém, de preferencia um maluco por historia ou um dito historiador.

- Vai usar os manuscritos para chantagear alguém para ajudá-la. Quanto desespero em acabar com você hein, Vlad?! - Alex deu um riso.

- Pode apostar que não é só comigo. - e os olhos dele vieram parar em mim, frios e distantes anunciando o grande clímax.

Seria nosso embate e possivelmente a minha morte. Pela primeira vez senti a peça da jogada final ser mexida no xadrez, a Rainha.