Chances de uma noite

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– Aconteceu algo diferente com você hoje? – Perguntei baixinho para Caíque enquanto estávamos na pequena fila para pegar pão de queijo.

– Não, por quê? O que aconteceu? – Sussurrou de volta, mas sem muita preocupação. Paulo e Camila pareciam bem distraídos conversando.

Estranho essa aproximação dos dois.

Dei de ombros, começando a pegar meus pãezinhos de queijo.

– Nada, só perguntei.

Deveria contar o que tinha acontecido? Sim, deveria, mas não o fiz. Acho que guardar isso só pra mim é melhor, pelo menos por enquanto

– Nós vamos fazer o quê hoje? – Ouvi a voz fina de Camila. Ela estava sorrindo, provavelmente agitada por hoje. – Vocês dois sumiram ontem! Pensava que isso ia ser uma viagem de amigos, não de casal.

– Mas Bia e Caíque não são um casal. – Retrucou Paulo com uma expressão não muito boa. Camila, Camila, por que você tem que abrir essa boca?

– Eu só estava com vergonha do que aconteceu ontem. E eu ainda estou, não me julguem!

– E eu tava cansado do voo e tudo mais. – Caíque mentiu, se servindo.

Procurei uma mesa antes que todas estivessem cheias e me sentei em uma perto das grandes janelas. Respirei fundo aquele ar puro e olhei para o meu prato. Não tinha nada de errado e nem vai ter.

– Você tá estranha. – Paulo se sentou na minha frente enquanto Camila e Caíque se aproximavam.

– Eu? – Nego com a cabeça. – Impressão sua.

Ele abaixou a cabeça e se arrastou para o lado, ficando na minha diagonal, deixando o lugar para Caíque. Também me arrastei para o lado, facilitando Camila a se sentar.

– Sabe, que tal a gente sair? Tipo, visitar algum ponto turístico ou algo do tipo? – A loira deu a ideia, mas eu reprovo.

– Eu prefiro ficar aqui.

– Ai, Beatriz, se a gente tá viajando, tem que aproveitar tudo, não é? Vocês não concordam, meninos? Bora ser sociável com a gente!

Eles se olharam. Paulo estava engraçado com a boca cheia de comida, ao contrário de Caíque que estava olhando pra mesa como se estivesse entediado.

– É mesmo, você tá bem estranha, Bia. Deveria sair mais. – Me surpreendi com as palavras dele. Deixei meus talheres fazerem barulho ao tocar o prato. Chamei pouca atenção dos dois casais que estavam na mesa da frente.

– Não, obrigada. Se vocês quiserem sair, saiam. Eu ficarei na piscina, relaxando.

Eu não queria ir pra lugar nenhum, por mais que esse hotel seja um pouco bizarro. Nada melhor do que pegar uma piscina pra esquecer de tudo. O que teria de mal?

– Você vem conosco, Paulo? – Mila me olhou como se quisesse me matar por não querer sair com ela.

– Não vou deixar a minha garota sozinha. – Respondeu, com um sorriso terno no rosto.

Os meus olhos quase saíram pra fora, e se eu tivesse comendo algo agora, com certeza eu estaria tossindo.

– Desde quando ela é sua? – Indagou Caíque, e senti o clima ficar tenso no ambiente. Caíque não começa a dar chilique por favor...

– Beatriz só está esperando o seu pedido de namoro, Paulo. Ela disse que aceitaria de primeira porque ela é loucamente apaixonada por você. – Camila se intrometeu.

Senti os olhos das pessoas daquela mesa em cima de mim. Não, era só o que me faltava! Isso tudo era o quê? Ciúmes? Meu coração palpitou quando olhei para Caíque, ele parecia despontado.

GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora