- Você tá bem? - Senti mãos na minha cintura quando eu quase ia caindo no chão. Uma dor leve se instalou na minha nuca e ainda não ousei abrir meus olhos. - Bia? Bia!
Era a voz de Caíque no meu ouvido. Abri os olhos e vi que ele praticamente estava me segurando. Me ajeitei em menos de dois segundos e me perguntei o que havia acontecido. Era só o que me faltava! Não posso nem vir mais para uma festa que isso vai ficar acontecendo?
- Bia? - Chamou mais uma vez.
- Sim, eu tô bem. Só foi uma tontura. - Engoli em seco e percebi que suava frio. Mordi o lábio e comecei a brincar com meus dedos, o que eu faria agora?
- Não, você não tá bem. Vem, a gente vai voltar para o quarto. Lá vai ser mais fácil pra se acalmar.
Mas eu já estava calma. Tentei negar, mas não tive escolha. Me odiei naquele instante, queria mais uma vez parecer normal, como se nada de sobrenatural estivesse acontecendo. Alguns olhares ainda pesavam em mim e eu tive vontade de chorar de raiva. Bom, eu meio que chorei.
Mas ninguém percebeu.
- Vai ficar escondendo de mim até quando? - Caíque quebrou o silêncio, já no elevador. Não ia me fazer de sonsa dessa vez, sabia muito bem do que ele estava falando.
- Olha, é melhor calar a boca porque eu não tô com paciência, ok?
- E quando você tá afim? Beatriz, você já sabe de tudo sobre mim, eu não escondo nada de você! Você continua um mistério pra mim. Quando acontece algo contigo, eu fico boiando.
Continuei olhando a porta do elevador que não abria. Aff, só falta essa caixa de metal estancar!
- Eu não sabia nada sobre você até ler aquele caderno! - Esbravejei. - Só depois disso que você resolveu se abrir pra mim!
- Isso foi um erro que cometi!
Bufei e a porta do elevador se abriu. Agradeci muito aquilo e caminhei até meu quarto. Caíque veio atrás de mim e, antes de eu abrir a porta, ele me deu uma virada brusca e encaixou sua boca no meu ouvido. Aquele ato me fazia estremecer.
- Sabia que você fica linda irritadinha? - Ele estava me provocando. Isso me dava raiva, mas também me dava outra coisa.
- Não venha com suas provocações agora, Caíque. - Era mágico como ele me fazia me esquecer o que tinha acontecido de ruim comigo. Procurei a maçaneta do quarto, mas esqueci que eu estava sem o cartão do quarto.
- Perdeu o cartão? - Indagou, ainda na minha orelha. O afastei e procurei mais sobre as minhas roupas. Ah, que merda! Mila ficou com um e o meu estava dentro do quarto.
- Não, esqueci dentro do quarto e Camila está com a outra, mas não quero ficar procurando por ela.
Quando me encostei na porta, cansada, Caíque disparou:
- Vem pro meu, então. Paulo não vai chegar nem tão cedo, não se preocupe.
- Me preocupar com o quê? - Dei um sorriso, esperando sua resposta sincera. - Não vamos fazer nada de mais, não é?
Sorrindo, ele deu de ombros.
- Não vou fazer nada que você não queira, mas vou te provocar até você querer.
Senti um arrepio e minhas bochechas coraram. Caíque algum dia eu vou te matar por conseguir sentir isso.
(...)
Ele tinha ido tomar banho e fiquei sozinha na cama. Quando ele sai de perto, me sinto sozinha e eu me vejo preocupada. Preocupada seria a maneira de me descrever? Estou com medo, só que não gosto de admitir.
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Goodbye
ParanormalAquela noite? Ia ficar para sempre nas nossas memórias. Gritos de crianças, batidas nas portas e nas paredes, sussurros ao pé do ouvido... Foi bem agoniante. Esperamos até o tabuleiro ir para o Adeus, mas isso só aconteceu alguma minutos depois. Qua...