– Arg! Que droga Med, cadê você? – resmungo mais uma vez ao deixar outro recado em sua caixa postal.
Já havia dois meses que estávamos em NY, às aulas em Juilliard eram mais que magníficas, mas havia duas coisas que estavam me incomodavam e que consequentemente não estavam me deixando aproveitar cem por cento do curso. Primeiro, ter que olhar para a cara deslavada de Glimmer todos os dias nas aulas. E a segunda, era não ter noticias de Peeta. Desde o dia em que ele saiu pela porta de minha casa eu havia perdido qualquer contato com ele, não por escolha minha é claro. Eu tentei entrar em contato com ele mesmo depois de já estar aqui em NY, mas depois de não ter nenhuma mensagem ou ligação retornada eu simplesmente desisti. Não completamente, pois toda vez que ligava para casa perguntava aos meus pais sobre ele e a resposta sempre era a mesma, que ele continuava na Itália.
Mas apesar de estar com o coração partido por não tê-lo ao meu lado, não me importava. Poderiam se passar meses, anos ou até séculos, mas Peeta continuaria sendo o grande amor da minha vida. E no fundo eu tinha esperanças de que no final, estaríamos juntos novamente.
– Desisto! – exclamo ao jogar meu celular dentro da bolsa, era a sexta vez que ligava para Medge e ela não atendia. Era sábado e tínhamos marcado de nos encontramos no Central Park. Já era quase tradição, todos os finais de semana nos encontrávamos aqui para correr.
– Mas parece que a Sta.Undersee desistiu e não me avisou. – resmungo para mim mesma enquanto me levanto do banco, mas quando dou o primeiro passo sinto meu celular vibrar na bolsa e rapidamente o pego.
"Desculpa por não atender suas ligações Kat, mas é que eu esqueci o celular em casa e tive que voltar para buscar. Não vou poder correr com você hoje porque surgiu um imprevisto, desculpa. Bjos"
Termino de ler a mensagem e solto um longo suspiro. Já passa das oito da manhã e o frio começa a aumentar conforme a neve começa a cair, estávamos em pleno inverno em NY. Desisto de correr e começo a seguir caminho pelo Central Park rumo ao meu apartamento, que ficava cerca de uns dez minutos dali. Mas antes mesmo de sair do Park ouço a bela e suave melodia de um violão. E por alguma razão inexplicável aquela melodia fez meu coração dar um salto no peito.
Viro-me para o lado em busca da pessoa que está tocando, mas só vejo algumas pessoas passeando com seus cachorros. Começo a andar pelo Park olhando para todos os lados em busca de saber quem é o autor daquela bela melodia e é então que o vejo. Sentado em um banco, com seus cabelos loiros sendo levemente bagunçados pelo vento da manhã, com o seu belo e encantador sorriso no rosto e acima de tudo, com seus tão brilhantes e lindos olhos azuis me encarando, está Peeta.
Ou eu estou tão louca para vê-lo que estou tendo visões ou ele realmente está ali. Aproximei-me lentamente até estar parada a sua frente, sem conseguir acreditar que aquele é mesmo ele.
– Oi. – diz sorrindo parando de tocar, com os olhos presos nos meus. É aquilo não é uma visão, ele realmente está ali.
– Oi. – falo em voz baixa ainda surpresa por tê-lo ali, sentado bem a minha frente depois de dois longos meses.
Com um breve aceno ele pede que eu sente e assim faço. Não consigo desviar meus olhos dos seus, principalmente por eles conterem um brilho tão intenso quanto à de uma super nova. É tão reconfortante vê-lo sorrindo para mim, pois da última vez que nos vimos à única coisa que ele demonstrava era raiva e tristeza. Seus dedos deslizam pelas cordas do vilão e ele volta a tocar aquela bela e suave melodia.
There's nothing I could say to you (Não há nada que eu possa dizer para você)
Nothing I could ever do to make you see (Nada que eu poderia fazer para te fazer enxergar)
What you mean to me (O que você significa para mim)
All the pain the tears I cried (Toda a dor e as lágrimas que eu chorei)
Still you never said goodbye (E ainda assim você nunca me disse adeus e agora eu sei)
And now I know, how far you'd go (O quão distante você está)
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Rock Story
Hayran KurguKatniss Everdeen: A minha vida é como uma música. Às vezes é alto astral, bem para cima, daquelas que o coração acelera igual a quando você ouve Rock Pauleira. Aí quando eu menos espero vira uma balada romântica, daquelas que faz seu coração bater m...