■ Capítulo 3 ■

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Acordei cedo naquele dia. Fiz minhas higienes necessárias, coloquei uma roupa confortável e saí de casa ao lado de Karol. Fomos na lanchonete ali perto, tomamos café e segui para o colégio. Assim que cheguei, encontrei a inseta na porta se comendo com o arrogante. Entrei sem dizer nada e fingi ignorar o que acontecia. Percorri os corredores até chegar à minha sala e sentei na última cadeira, já pedindo mentalmente que aquela tortura acabasse.

****

As aulas acabaram e finalmente pude sair daquela sala. Passei pela multidão de gente que se empurravam como se tudo ali fosse uma guerra, e com dificuldade conseguir chegar até à saída. Sem muita enrolação segui para casa com o objetivo de trocar de roupa e dar o fora daqui por pelo menos algumas horas.

Tomei um banho gelado de forma rápida e combinei algumas peças de roupas quaisquer. Passei perfume, amarrei meu cabelo e bebi um copo de água antes de sair por aí.

E foi no meio da minha pressa que quase fui atropelada. Levantei do chão com ódio no sangue e passei a mão na traseira do short para tirar qualquer vestígio de sujeira.

- Não tem olho, é? - falei olhando pra baixo, observando se meu tênis novo tinha algum ralado.

- Tu que se jogou na frente do meu carro, sua retardada. - ele disse e reconheci a voz rapidamente, me arrependendo de imediato pelas ações anteriores.

Idiota!!

Encarei o homem que se aproximava e fechei o semblante seriamente irritada. Tentei me afastar, porém, de certa forma, ele foi mais rápido e segurou meu braço.

- Tá indo onde?

- Não é porque tu é o chefe daqui que eu te devo satisfação da minha vida agora. - respondi e ele largou o meu braço, cruzando os dele em seguida.

- Não quero saber da tua vida pessoal. É que tu se jogou na minha frente e eu tô saindo agora. Quer carona?

Uma coisa era: Eu era chata e talvez orgulhosa demais, mas, de forma alguma, burra.

Em direção ao carro, eu andei de forma lenta. Abri a porta, analisei sua expressão engraçada e entrei no carro sem esperar que dissesse algo. Enconstei-me na janela e só quando ele entrou, eu voltei a responder.

- Tô indo pra praia. Não importa qual, só me tira daqui. Agradeço.

- Brigou com alguém? - indagou enquanto voltava a ligar o veículo.

- Não. Apesar que isso não interessa você, não é mesmo?

- Só tô tentando ser legal.

- Essa é a desculpa do cara que nos primeiros segundos que me viu, foi logo sendo um grande babaca e apontando uma arma pra mim? - indaguei recordando-o do nosso primeiro episódio.

- Talvez seja por isso que tô tentando ser legal.

- Não preciso disso.

- E por que aceitou a carona? - perguntou novamente, agora já do lado de fora do Complexo.

- Porque sei aproveitar as circunstâncias da vida.

- Pode pá. Não digo mais nada. - respondeu sério e como dito, fez.

Senti um arrepio percorrer os meus braços e estranhei. Frio não estava, isso eu podia garantir.

Olhei para o cara ao meu lado e o arrepio só aumentou.

Esse menino vai é me matar, carai.

- Como é seu nome mesmo? - indaguei tentando não pensar na possibilidade de ver a morte antes do tempo.

Entre FacçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora