■ Capítulo 4 ■

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Acordei com o despertador soando nos meus ouvidos. Levantei desastrosa, tentei me arrumar de forma rápida e segui para o colégio após pegar a mochila. Breno havia deixado um recado em cima da cômoda dizendo ter ido buscar o restante de suas coisas na casa de um amigo.

Enquanto o sinal não tocava dando início as aulas, fiquei do lado de fora com Bruna conversando sobre coisas aleatórias. Pela primeira vez desde que cheguei aqui, naquele dia, Matheus não estava com a Bárbara em cima de uma moto se pegando. Estranhei mas me manti calada enquanto todos os tipos de pensamentos sobrevoavam minha cabeça.

P.O.V Matheus

Andava de um lado para o outro prestes a fazer um buraco no chão. Lucas estava de braços cruzados me observando.

Ouvi o foguete que explodiu no céu e logo em seguida Vitor invadiu a sala.

- É o Rei, patrão. - disse já preparando a fuzil.

- Minha irmã tá na escola caralho. - falei recolhendo minha fuzil de cima da mesa.

- Cadê a Barbie Ruiva?

- Tá na Rocinha. Vou ir buscar a Bruna - falei pegando uma caixa de munição enquanto LC pegava outras fuzis. - pega meu carro pra mim, Vitor. - ele assentiu e saiu. - Manda o papo pra turma e pipoca a cabeça dessas porra. - falei e Lucas assentiu em seguida, já pegando o rádio pra mandar o recado. Saí da boca e Vitor já tinha deixado meu carro na porta.

Entrei e acelerei o mais rápido possível em direção ao colégio. Se aquele filho da puta machuca alguém, eu mesmo mato ele.

Cheguei no local em dois tempos e Bruna já me viu, entrando no carro sem fazer perguntas.

- A Larissa - disse desesperada. - ela tá lá dentro, Matheus.

Fiquei paralisado por um segundo até ela dar outro grito me acordando do transe:

- Vai buscar ela, caralho!

- Porra, vai se foder. Abaixa nessa desgraça aí e fica quieta até eu voltar. - mandei e peguei minha fuzil, saindo do carro em seguida.

P.O.V Larissa

Estávamos todos abaixados no chão enquanto os tiros eram disparados por todos os lados possíveis. Bruna havia sumido da minha vista e eu tentava por tudo me distanciar da multidão.

Parei de respirar por um minuto quando senti as mãos de alguém em mim. Fechei os olhos e só abri novamente quando ele me pegou no colo. Alemão passava correndo entre as pessoas que gritavam enquanto eu apenas observava cada traço do seu rosto. Lembrei no mesmo instante do dia em que ele me deu carona e tentei recordar de alguma vez em que vi seu sorriso, tentativa falha. A verdade é que eu nunca tinha visto, não um de verdade, sem qualquer traço de arrogância e sarcasmo.

Ele me colocou no carro e Bruna me analisou aliviada. Em segundos o carro já havia dado a partida e já estávamos indo em direção à casa deles.

*****

Entramos em um cofre trancafiado no porão e ficamos lá horas e horas. Quase sem ar, com fome, com sede, com medo de Breno já ter voltado e no meio de um silêncio perturbador. Respirei fundo diversas vezes e só fui dar um suspiro de alívio quando ouvi a voz de Lucas no andar de cima:

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