As férias chegavam e havíamos decidido ir até Curitiba para visitar meu pai. Era o meu acordo com ele, jamais afastar a Aysha do mesmo apesar de todo esse caos que aconteceu.
Karol, Nathan, Matheus, Vitor e Aysha iriam. Lucas ficaria tomando conta do morro enquanto Matheus estivesse fora e Bruna resolveu fazer "companhia". Era apenas uma semana então Mell decidiu que ficaria com Nando para tentar arrumar emprego enquanto isso.
Estava tensa, Aysha brincava em cima da cama com alguns ursos enquanto memórias do sonho rondavam minha mente. Eu havia tido um pesadelo horrível e ele parecia não querer sair da minha memória pelo resto daquele dia.
- Você tá bem, mamãe?
- Claro. - respondo abrindo um sorriso nervoso.
Ela se aproximou calmamente e pegou em minha mão como fazia com Matheus. Uma corrente elétrica passou pela minha espinha e eu estremeci.
- Não se preocupa, mamãe. - ela sorri.
Abro um sorriso verdadeiro e ela volta a brincar com seus brinquedos. E por um instante eu esqueci toda a minha preocupação.
- Já arrumei tudo, daqui meia hora o vôo sai. - Vitor diz invadindo meu quarto.
- PARTIU. - Karol grita.
- Ainda não entendi porque Matheus e Vitor decidiram ir com a gente. - digo assim que o gibi sai do quarto.
- Ah, é a vida, né. - Karol sorri fazendo com que eu sacasse tudo.
- oh tinder, cê não tá tentando me aproximar do Matheus não, né?
- Talvez.
- Ana!
- Porra Larissa, tô indo com Nathan e não queria te deixar de vela, cara. Agradeça a mim, por favor. - ela tenta se explicar.
- E o que o Vitor tem a ver com isso?
- A babá.
Reviro os olhos e pego Aysha no colo. Eu só arrumo gente problemática na minha vida. Entrego a mala para o gibi e desço o morro acompanhada da inimiga. Até mesmo porque com uma amiga dessa, quem precisava de inimiga?
Aysha saiu do meu colo assim que viu Lehandro. Caminhei até ele e quando ela o soltou, eu o abracei.
- Fica bem e dá notícias. - pede.
- Pode deixar. - tranquilizo.
- Vê se não decide passar meses de novo, agora. - ele sorri.
- Idiota. - solto um riso nasal e me despeço dos vapores com um aceno. Entro no carro de Matheus que estava estacionado há alguns metros dali e logo Aysha corre, vindo pedir algo com as mãos juntas.
- Posso ir de moto com o guarda-costas?
- Pra quê?
- Porque eu nunca ando de moto, e moto é legal. Vai muito rápido. - Dá ênfase na palavra "muito".
- Tá bom, tá bom. Só não vai voar no meio do caminho. - olho para Vitor de longe. - E você toma cuidado, mané.
*****
Assim que desço do carro, dou de cara com meu pai. Seu sorriso no rosto era enorme, parecia feliz por eu ter concordado de trazer a pequena sempre que possível e cumprido de verdade. Ele abre os braços e Aysha corre para abraça-lo.
- Que saudades, minha neném. - diz.
- Olha, eu tô cansado, com sede e com fome. - Vitor reclama.
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Entre Facções
Ficção Adolescente- Entrando em processo de Degustação, livro já disponível na Amazon. Eu gostaria de iniciar uma história que não houvesse tanto clichê... Mas a cada dia que passa, acredito que o mundo se preencheu com enredos de filmes. Era engraçado ver nessa per...