Assim que o gibi tatuado me deixou na porta de casa, sem convite nenhum foi logo procurar por Aysha. Entrei em casa assim que busquei a pequena com Lehandro e me sentei no sofá.
Ela contava animadamente sofre o passeio que teve com a tia do cabelo rosa, e como tinha feito diversos amigos pela primeira vez. Vitor ouvia tudo e sorria sempre que Aysha gargalhava de algo bobo que dizia ou de alguma brincadeira que o mesmo fazia. Fui arrumar algumas coisas na casa e deixei que os dois conversassem por alguns minutos, já que Vitor disse que precisava ir logo naquele dia.
P.O.V Aysha
Vitor segurou minha mão e me olhou de forma triste. Mamãe estava no quarto e eu não sabia o que fazer. Não gostava de ver seu rosto triste, ele era muito mais bonito feliz, como um cantor famoso da televisão.
- Você tá bem, tio Vitor?
- Eu vou ter que fazer um serviço mais tarde. - ele começa e se próprio interrompe.
- É serviço ruim?
- É pequena, infelizmente é.
- Você vai ficar bem?
- Claro. Eu sempre fico né? - Ele força um sorriso e eu assinto com a cabeça. - Só preciso que você me prometa que vai ficar bem também.
- Claro. Eu sempre fico né? - imito e ele sorri de si mesmo.
- Guarda aquilo lá com muito carinho, pode pá? - Ele diz me lembrando do presente que me deu durante a viagem.
- Pode ficar de boa.
- Tá na gíria agora é, malandra?
- A gente aprende com os forte. - tento lembrar das frases que Paulo, amigo do tio Vitor, costumava me ensinar na lanchonete.
- Beleza, agora para com isso se não sua chefia vai me bater. - ele se levanta do chão e aponta pra mim - Te liga, tu tá aqui no meu coração, pode pá? - Abro um sorriso e ele me abraça. - Falô, parceira.
Ele fecha a porta e vai embora, deixando que eu me perguntasse que trabalho era aquele que ele precisava tanto fazer. Caminhei até mamãe e ela parecia contente com algo. Seus olhos brilhavam muito e eu fiquei feliz por ela. Não queria deixá-lá triste então esqueci aquele assunto. Pelo menos, por aquele momento. Mamãe despejou um beijo no meu rosto e disse que ia procurar algo pra gente comer.
Aproveitei para ir até o jardim e vi tia Kim, balançando bem devagarinho seu corpo no balanço. Ela estava tão quietinha que pensei que dormia.
- Tia Kim?
Ela olhou pra mim e sorriu, de uma forma tão triste que automaticamente fez com que uma lágrima solitária percorresse meu rosto.
P.O.V Larissa
Deixei um bolo pronto para os dois esfomeados quando chegassem, e fui arrumar Aysha para um almoço que Lehandro havia nos chamado. O mesmo se mantivera pensativo no sofá, como se algo o incomodasse muito. Fingi ainda não saber e enquanto Aysha arrumava seu cabelo em frente o espelho, sentei ao seu lado e encarei seu rosto. O cara estava tão perdido que só me percebeu ali encarando-o depois de minutos inacabáveis.
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Entre Facções
Teen Fiction- Entrando em processo de Degustação, livro já disponível na Amazon. Eu gostaria de iniciar uma história que não houvesse tanto clichê... Mas a cada dia que passa, acredito que o mundo se preencheu com enredos de filmes. Era engraçado ver nessa per...