■ Capítulo 8 ■

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Meu fim de semana acabou e eu tinha um milhão de coisas para contar para Karol. Não via a hora de ela estar de volta para finalmente por tudo para fora.

Depois do beijo no lago, não houve outro. Estávamos nos evitando de certa forma, não ficávamos sozinhos em um mesmo lugar, mas os olhares pretensiosos não podiam ser ignorados.

Chegamos na zona sul do Rio e logo pedi para que Matheus me deixasse perto da nova casa de Breno. Assim que a porta foi aberta, me surpreendi ao ver uma pessoa totalmente diferente do que imaginei.

- Não creio! - olho para Gabriel de cima a baixo.

- Trevas! - ele comenta sorrindo.

Nos abraçamos por um determinado tempo antes de conhecer a casa que era bem bonita por sinal.

- Cadê o Breno? - indago olhando ao redor.

- Tá trabalhando. Não esperava que tu viesse aqui. Fui te procurar no complexo e disseram que tu tava viajando com o chefe de lá. Qual é? Virou mulher de traficante foi?

- Eu não. Sai daqui, sai. - o empurro.

- É caô, priminha. Calma aí.

Peguei meu celular para ver as horas e percebi que logo anoiteceria. Estava com saudades da praia e queria ir lá antes de voltar para o Alemão.

- Bom... Eu já vou, ok? Depois venho te visitar. Vim só pra conhecer a casa mesmo e ver se o Breno estava isolado aqui, mas pelo visto tem companhia, uma companhia horrível mas tem.

- Cala a boca, Larissa. - ele coloca a mão no peito como se tivesse se ofendido.

- Até, primo. - dou um beijo em sua bochecha e vou em direção à praia do Leblon que não era tão longe dali.

Sentei em um banco não muito longe do calçadão. Queria apenas observar as ondas se quebrando enquanto pensava em cada detalhe do meu fim de semana. Porém, minha tão querida paz não durou muito.

- E aí? - Matheus parou do meu lado sem se sentar no banco. - Vim te buscar. - diz naturalmente.

- Pra quê?

- Só vem. Já deixei os dois lá no complexo e como eu sabia onde tu tava mais ou menos, eu voltei. - ele sai andando sem me esperar e eu me levanto para segui-lo.

Subo em sua moto logo em seguida e então finalmente vamos em direção ao Alemão. Abraço seu quadril com força, não querendo voar da moto e deito meu queixo no seu ombro. Assim que nos aproximamos da entrada, ele para e eu ajeito minha postura.

- Coé, Larissa? - Vitor me cumprimenta. - Tudo ajeitado na boca, chefia. - ele avisa a Matheus.

- Falô. Mais tarde te passo a visão da parada das encomendas.

Vitor assente e continuamos o trajeto até minha casa. Paramos em frente o portão e eu desci com um sorriso, agradecida pela carona.

- Thiago convidou tu e a Bruna pra um baile na Rocinha. - ele diz com cara de nojo. - Tô só repassando a informação.

- Legal. Que horas? - indago naturalmente e ele parece se irritar ainda mais.

- Nove.

- Ok. Tchau. - digo abrindo o portão.

- Tu vai mesmo?

- Por que não iria?

- Nada. - ele sai catando pneu e eu arqueio a sobrancelha.

Entre FacçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora