Boa leitura! ❤
[...]Sinto alguém mexer no meu cabelo e acariciar meu rosto. Com muita dificuldade, abro meus olhos. A claridade fez com que os fechasse novamente.
- Ême, nós chegamos. - uma voz mansa cochicha em meu ouvido, fazendo o choque correr entre meu rosto.
Lentamente levanto minha cabeça, no mesmo momento percebo ter dormido no ombro de Bernardo.
- Me desculpe - falo com o fiapo de voz rouca, estico minhas costas e vejo a fila se formar no ônibus, já estavam descendo.
- Vamos esperar todo mundo descer - afirma largando um suspiro cansado.Assim que descemos, prendo o ar ao ver a beleza do lugar. Era exatamente como Ellie havia dito, uma cabana grande em cada lado e no meio o sobrado.
- Lindo, não é? -Lueno caminha para mais perto de onde eu estava e abre um sorriso cativante. - É bem amplo.Olho para trás e vejo André se despedindo do motorista, e com as mãos na cintura, chama a atenção de todos.
- Bem, pessoal. Esse é o local onde vamos ficar por essa semana. Todos já conhecem a regra, cada ser comportado, nada de meninos na cabana de menina e o mesmo para vocês. - inclina sua cabeça com um ar brincalhão para nós. - Hoje vai ser tirado apenas para adaptação, nossos cultos e brincadeiras irão começar à partir de amanhã.
Caroline ergue a mão, interrompendo ele.
- Tem banheiro nas cabanas?
- Sim, Carol. - André a olha seriamente, como se já soubesse da sua pergunta - Podem aproveitar para conhecer bastante o lugar, no final da tarde cada um para sua cabana que vou passar e dar mais algumas informações. - um sorriso aquece seu rosto com olheiras - Bem-vindos.Batidas de palmas são liberadas junto com gritos animados. No mesmo lugar, observo cada um pegar sua mala e conversar animadamente com outra pessoa. Lentamente vão se distanciando. Pulo de susto quando o motorista liga o ônibus, Prestes a sair.
- Tchau menina! - diz olhando por cima dos óculos finos e frágeis.
Aceno para ele.
- Quer que eu leve a sua mala? - Harry me tira dos devaneios.
- P...Pode ser. - passo a língua entre os lábios e entrego para minha amiga. - Eu vou dar uma volta - sinalizo qualquer ponto atrás de mim - e já volto. - digo um pouco atrapalhada.
- Tudo bem - sem perceber as palavras enroladas, pega o peso e sai correndo em direção das meninas que já estavam entrando no nosso novo quarto.Suspiro e começo a caminhar para o sobrado, onde Ellie disse que era a recepção do lugar. O ambiente dentro era rústico, realmente como uma cabana bem estruturada. O cômodo consistia em um balcão largo e comprido, com várias cadeiras e mesas distribuídas. Algo como lampiões em cima de cada mesa, dando o ar de ambiente antigo.
Caminho vagarosamente por entre as cadeiras muito bem ajustadas nos lugares.
-Bom dia - um garoto surge debaixo do balcão, um pouco sem graça. - Desculpe pela demora, estava resolvendo umas coisinhas - abre um sorriso nervoso e mostra um martelo na mão direita.
-N...Não foi nada. Entrei agora mesmo - coloco uma mecha atrás da orelha e gesticulo a entrada.
- Seja Bem-vinda. - sai de trás da bancada e chega mais perto de mim. - Eu me chamo Max. - estende a fina mão em minha direção.
- Prazer, eu sou a Emerson - aperto gentilmente sua mão.
- Nome divertido - sua sobrancelha levanta, dando um ar brincalhão.
- Divertido? - faço o mesmo, contendo o riso.
- U...Um pouco diferente para uma moça. - encolhe os ombros. - O que trás você aqui? - tira sua mão da minha, de uma forma atrapalhada, leva ela até a nuca.
- Acampamento. - digo.
- É evangélica então - diz voltando para o seu trabalho com o martelo.
- Sim, eu sou. - puxo uma cadeira do lugar e sento.
Max martela três vezes e levanta a cabeça, me fitando.
- Acho isso encantador.
- Como assim? - pergunto.
- Uma moça cristã. É uma coisa bonita.
- Você é um pouco estranho - deixo um sorriso escapar. - Trabalha aqui há quanto tempo?
- Desde pequeno. Meu pai é o dono, então acabei amando esse lugar. Tenho uma paixão séria pela natureza. - percebo seu rosto iluminar ao se erguer do seu trabalho.
- É admirável conhecer alguém que goste da natureza. - encolho os ombros. - Onde moro não tem muito disso.
- Isso me espanta.
- Percebo que já conheceu o nosso amado Max. - André aparece repentinamente atras de mim, colocando suas mãos em meus ombros.
- Oi, André. - um sorriso se estica nos lábios de Max. Seu sorriso era parecido com o de Bernardo, era vivo e alegre. - Fico feliz em ver toda essa gente novamente aqui. - estica seu corpo no balcão que outrora trabalhara, e descansa sua cabeça em uma das mãos.
- Essa vez veio uma quantidade pequena, mas fico feliz por ter essa pequena no meio. - sua mão bagunça meu cabelo gentilmente.
- Ela tem um brilho diferente - Max fala e sorri para André.
- Sim, tem. Deus lentamente está puxando ela do casulo.
- Eu estou aqui - levando a mão para declarar presença, meu rosto começa a pinicar.
- É legal ver seu rosto queimar. - André gargalha. - Você está convidado para o nosso culto amanhã, meu caro. - diz e olha para Max.
- Se tudo estiver calmo por aqui, talvez eu possa ir. - ele contrai os lábios.
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Meu Amado
SpiritualCom seus cabelos ruivos e com óculos de grau, Emerson sempre foi alvo de bullying. Chegou um momento em que não acreditava mais em reciprocidade, mas Deus apenas aguardava o momento exato para lhe presentear com o que tão sonhava... a liberdade e o...