Meu Amado

Anjo

Tenha uma boa leitura! :D 

Quarta-feira. Já estávamos na quarta-feira e o tempo não cooperava absolutamente com nada. Já era meio da semana e a chuva rolava pelas finas telhas sem piedade, juntamente com o vento gélido que empurrava o finos pingos, de forma confusa, por todos os lados.

Me perguntava como estava minha família, a saudade apertava cada vez mais. Quando falaram que não haveria sinal, pensei que não era totalmente verdade. Jeremy me vinha muito à memória, a saudade dele também estava apertando. Sem contar no Lobo.

O resto do dia anterior fiquei remoendo na consciência o que ouvira de Bernardo. Eu não acreditava, não conseguia acreditar e nem sabia se iria acreditar. Talvez isso seja uma hipérbole grande, mas como uma pessoa como ele iria gostar de mim? Max ficava pegando no meu pé, perguntando se lavar a louça na água fria era tão "tranquilizador" quanto o abraço de Bernardo.

Minha cabeça estava uma confusão só. Mais uma vez sonhara com a garota-eu chorando desesperadamente. O sufoco que eu via, eu sentia. Fui despertada de madrugada, onde todas as garotas estavam ferradas no sono.

Dobrei meus joelhos e ao mesmo tempo que o medo queria estar ali, foi empurrado para longe por Deus. A única forma de poder organizar as múltiplas coisas que passavam pela minha cabeça, era falar com Ele. Mesmo em silêncio, eu O sentia derramando a tranquilidade por cima de mim.

O resultado pela manhã foram as olheiras, por conta da minha pele clara, ficaram como semáforos por sobre minha pele. Cinco perguntas no mínimo respondi sobre elas.

Muitas vezes peguei Bernardo me olhando de forma interrogativa. Também não deixei de notar as dele, só que mais claras, algo o incomodava, mas não quis me falar o que era.

-Gente, tenho uma notícia ótima. -André entra no sobrado onde todos estávamos. Já era final de tarde e muitos conversavam tediosamente. Eu me encontrava sentada nos degraus da escada, com a cabeça apoiada no pequeno corrimão ao meu lado. Harry e Lueno dormiam com as cabeças apoiadas nos braços estendidos sobre a mesa. Mesmo de longe, eu conseguia ver um fino risco de saliva escorrendo no canto da boca de Lueno.

-Qual é a nova? - Caroline pergunta revirando os olhos.

-Amanhã vai ter sol. - André abriu um sorriso gigantesco. Depois de um minuto de silêncio, o seu sorriso se desfez. - Vocês estão muito sem graça.

-Deu chuva todos os dias desde que chegamos, André!  - Harry fala após acordar de seu rápido cochilo. - É de certeza que vai ter? Como soube?

-Eu vi o céu. - fala com um sorriso desafiador. - Aprendi a saber como vai ser o tempo só olhando para o céu.

-Quem quer apostar? - Thomás ergue a mão.

-Se eu ganhar, quero que você use uma peruca. - Propõe.

-Beleza. - André fala um pouco inseguro coçando a cabeça.

-Hey, Cerejeira. - olho para Max que estava em pé ao meu lado. - Você está péssima! - levanta uma sobrancelha, franzindo-a.

-Eu sei, não consegui dormir direito. - um bocejo involuntário se abre em minha boca.

-Tem uma cama aqui atras. - indica com o dedo a porta embaixo das escadas. - Bom, é o meu quarto, mas se você quiser pode dormir, estou vendo que mais um passo vai cair roncando no chão.

-Obrigada, Max. - forço um pequeno sorriso.- Mas estou bem, é um pequeno sono.

-Você não tá nada bem. - Bernardo se coloca ao lado de Max.