Tenha uma ótima leitura! 😄
🌻🌻🌻
- Então, semana que vem daremos continuidade ao conteúdo, crianças. - Falo assim que me viro para o quadro-negro, apagando minhas anotações.
Rio comigo mesma ao reconhecer a rapidez que cada aluno tinha para guardar seus materiais à espera do sinal. Assim eram as sextas-feiras, a euforia tomava conta.
- Srta. Me, minha mãe chegou, posso ir? - Viro-me e vejo Joana, mãe de Ally.
Apesar de seus pais virem buscá-los, o hábito de me pedir licença sempre permanecia, mesmo em aulas de educação física ou intervalo. Isso era o que eu mais adorava nelas. A educação de pedir e respeitar.
- Mas é claro meu amor. - Sorrio e abro os meus braços, circulando a pequena Ally, como uma despedida. - Boa Tarde, Joana! - Saúdo sua mãe, que assim como todos, já havíamos criado um vínculo de amizade.
- Tarde, Emerson. - Sorri brevemente e beija a testa da sua filha. - Não sei como você consegue ficar no meio da gritaria. - massageia seus ouvidos e indica todos os alunos conversando alto e rindo.
- Não me vejo sem eles. - fito todos. - Como foi a tarde no escritório? - pergunto educadamente.
- Pesadelo. - fala por fim.
A maioria dos pais chegavam com uma certa pressa para pegar seus filhos, outros por um lado, gostavam de se apoiar no batente da porta e papear depois de uma tarde longa de trabalho. Assim como eles, eu estava morta de cansaço. Minhas costas reclamavam das horas em pé, indo e vindo pelos corredores longos da escola.
Mas no fim de tudo, eu amava cada dia mais aquilo que fazia. Para mim, ter a participação na educação daquelas crianças tornava meus dias ainda melhores.
- Vamos lá filha? - pergunta para a pequena que olhava para nós duas, acompanhando nossa ligeira conversa.
- Até segunda, Me! - Aceno para Ally e sua mãe.
Isso se repetia com cada um que vinha buscar meus alunos.
- Tchau, Phil! - Aceno para a última criança que saia pela minha porta.
Desmorono na minha cadeira, em frente a todas outras que estavam vazias. Depois de um rápido descanso, termino de apagar o quadro, arrumar as mesas e cadeiras, trancar as janelas e apagar as luzes, e por fim, fechar a porta e jogar a chave dentro da minha bolsa. Todos os dias eram assim.
Meu sapato com um leve saltinho fazia "poc poc" pelo corredor largo e deserto, e como sempre, Ellen estava com seus fones de ouvido e seu carrinhos com seus utensílios de limpeza. Se mexia freneticamente enquanto ia saindo de uma das salas de aula do grande corredor, eu nunca conseguia segurar a risada quando a flagrava dançando e batucando na vassoura.
- Animada, Ellen? - vejo ela sobressaltando e se dando conta da minha presença.
- Mulher, quase ma mataste do susto. - Ellen era baixinha e fina de corpo, carregava a alegria e não hesitava e compartilha-la com alguém. Todos da escola gostavam dela, inclusive eu. - Acha que faxineira morre não? - abre um sorriso branco. - Como foi hoje, Cabelo De Fogo?
Rio alto com a forma que ela havia se acostumado a me chamar.
- Foi ótimo como sempre, Ellen. E o seu?
- Foi normal. Mas poderia ter sido melhor se um aluno não tivesse vomitado no refeitório. - revira os olhos. - Acho que o menino comeu cebola pura a noite todinha! - Fala pasma e tento segurar o riso.
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Meu Amado
SpiritualCom seus cabelos ruivos e com óculos de grau, Emerson sempre foi alvo de bullying. Chegou um momento em que não acreditava mais em reciprocidade, mas Deus apenas aguardava o momento exato para lhe presentear com o que tão sonhava... a liberdade e o...