Evitado

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Boa leitura ❤❤❤

(Bernardo)

🌻🌻🌻

Mais uma vez me sento na poltrona, com a esperança de vê-la acordar e brigar comigo por estar ali, em sua casa, sentado no seu quarto. Meu colega de trabalho que havia estado ali e declarado que a sua situação era fraqueza e abandono de remédio. Remédio? Desde quando a minha Emerson tomava remédio para se manter de pé? 

Aquilo tinha feito um buraco de abrir abaixo dos meus pés. 

Se eu me sentia horrível? 

Eu era a pior pessoa do mundo, era assim que eu me sentia.

Adam, à contragosto, tinha me passado o endereço de onde ela morava, por perceber que Emerson não estava nada bem. Em poucos minutos eu sabia que ele ia chegar correndo por aquele corredor. E talvez me matar por eu estar de volta. 

Ou talvez ele demore. 

"Estou em outra cidade, mas já estou a caminho. Cuide dela, Bernardo!"

Esfrego meu rosto nas mãos novamente. Lobo estava parado próximo à cama, com uma postura de defesa, e o que era evidente, era que ele estava rosnando pra mim a cada dez minutos. Acho que não era só sua dona que tinha raiva de mim.

Depois de um emaranhado de pensamentos, ela começa a se remexer na cama. Logo após, seus olhos se abrem em pequenas frestas, por conta da claridade da janela que, mesmo sendo nublado, emitia forte luz. Pouco a pouco eles vão adaptando.

- Que dor de cabeça! - reclama baixinho. 

Resolvo não falar nada, apenas me levanto e estendo os óculos para Emerson.

Ela me percebe e semicerra seus olhos, tentando me focalizar. Sua testa se enruga, mas noto que ainda não havia me reconhecido. 

- Obrigada! - diz ao pegá-lo da minha mão, acidentalmente seus dedos tocaram nos meus, fazendo com que uma corrente elétrica percorresse todo meu corpo, recuo um passo. 

Para com isso!

Me repreendo mentalmente.

Assim que Emerson os coloca em seu rosto, se dando conta da minha presença, ela enrijece, trincando o maxilar.

- O que faz aqui? - pergunta seriamente.

- Eu te trouxe até aqui, você não estava bem e... 

- Não lhe deixei entrar no meu apartamento. - ataca. - Não precisava da sua ajuda e...

- Claro. - digo com a voz rouca, tinha alguns longos minutos que não havia pronunciado uma única palavra. - Você iria vir até aqui desmaiada. - concluo ironicamente. 

Ela respira funda para discutir, mas desiste e suspira. 

- Que droga! - deita sua cabeça novamente na almofada clara. - Adam ...

- Ele já está à caminho. - informo. - Porém vai demorar um pouco, pois...

- Estava em uma outra cidade. - completa e tira seus óculos, levando seu braço esquerdo a tapá-los. - Ele me disse.

Ambos estávamos cortando a fala do outro. E eu sabia que ela não queria me ouvir, muito menos me olhar, então, tentar completar as minhas falas fazia com que eu conversasse menos. Ela tinha mudado muito. 

- Benny esteve aqui. - digo sobre meu colega de trabalho. 

Consigo sua atenção, o que faz uma pontada de alívio me tranquilizar. 

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