Acordei com a merda do meu celular tocando, e que música irritante. Me levantei e desliguei o despertador, minha cabeça já doía, agora com música, quase que podia sentir ela a querer explodir. Caminhei lentamente atá o banheiro e lavei meu rosto o encarando logo a seguir no espelho, e que nojo. Minhas olheiras estavam profundas, denunciando meu choro, mais com o cansaço acumulado, pois eu quase não dormia. Simplesmente estava cansada demais para ir na escola. Até pensei em faltar, mas Justin me obrigaria a ir.
Saí do banheiro depois de ter feito a minha higiene pessoal e fui até meu armário, peguei numa roupa qualquer, não estava com cabeça para escolher, e nem com disposição para agradar a alguém. Bom, eu queria agradar Justin. Ah, mas ele que se foda. Maquiei-me para disfarçar o horror que eu estava. Peguei em meu celular e em meus fones e os guardei no pequeno bolço da mochila.
Saí do quarto e fui até à cozinha, e logo me deparei com Justin e mamãe tomando o pequeno-almoço em risinhos e cochichos, nem notaram minha presença. Fui na fruteira e peguei em uma maçã bem vermelhinha como eu gosto.
Ia a sair da cozinha quando ouço meu nome a ser desperdiçado no ar. Era Justin, com aquela sua voz rouca e ainda para mais estava com a voz de quem tinha acabado de acordar, pura tentação.
- O que foi? – Perguntei rude olhando pra ele e logo me deparei com seus lábios, tentei desviar o olhar, mas estava sendo um pouco difícil.
- Não espera por mim, eu dou-te boleia – disse se levantando.
- Eu prefiro ir a pé – sorri sínica.
- Você vai comigo e acabou – disse autoritário e eu revirei os olhos esperando por ele.
Ele se despediu de mamãe com um beijo, não um selinho, mas sim um beijo de língua, quase que engoliu ela. Virei a cara sentindo nojo e repulsa, mas ao mesmo tempo desejando eu no lugar de mamãe. Depois acabou a “despedida” com um selinho e veio na minha direção, me empurrando da porta pra fora. O que me magoou foi ver que mamãe nem se despediu de mim. Mas eu já devia de estar habituada.
- Odeio quando você fala comigo naquele tom – Justin resmungou depois de adentrarmos na sua Range Rover preta.
- Também odeio muita coisa e tenho que viver com ela, por isso cala a boca e conduz que eu não quero chegar atrasada por causa de meu padrasto – revirei os olhos e assim que acabei de comer a maça deitei ela pelo vidro do carro, acho foi contra o carro que vinha atrás de nós, mas olha, não quero saber.
- Tipo o quê? – Arqueou as sobrancelhas me olhando de soslaio.
- Você – disse simples olhando pela janela.
Ele bufou mas não disse mais nada. Achei melhor assim, se não começaria minha manhã discutindo com ele. E eu estou demasiado cansada pra discutir às 8:15am.
Assim que chegamos no colégio, Justin parou o carro bem escondido, como ele diz, é o seu cantinho. E saímos, cada um para seu lado, eu com minha postura de aluna inocente e sempre chateada com a vida, e ele com a sua postura de professor respeitado. É isso aí, ele é professor de educação física. Ele é o meu professor de educação física. Eu não tenho sorte nenhuma na vida, além de ter de aturar ele em casa, se pegando com mamãe. Eu também tenho de aturar ele no colégio e sendo sempre elogiado por minhas colegas.
Eu quero matar Justin, porque eu convivo quase todo o santo dia com ele, e isso só faz com que meu desejo de ter ele aumente. E isso está dando cabo de mim e de minha postura perante ele. Eu cada vez me sinto mais fraca quando estou perto dele. E sinto a sensação de querer beijar ele cada vez maior. Ele faz isso comigo e nem percebe que eu sou loucamente apaixonada por ele. Deve ser cego, ou sei lá, apenas não quer ver. Porque ama minha mãe.
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Father or Boyfriend
FanfictionNós sempre tínhamos algo no meio. Não havia paz em minha vida. Por vezes eu ansiava por sangue, pela dor. Ele era o causador do meu sofrimento. Muitas vezes ele me ignorava, mal tratava. Ele se enervava facilmente com coisas mínimas que eu fazia. Eu...