Não percebo o que está acontecendo. Justin me prendeu em um quarto que eu não sei nem de quem é. E agora estou eu aqui. Sentada em um canto do quarto choramingando e pensando qual foi a mal que eu fiz a Deus para merecer isto. Eu devo mesmo ter pecado na outra vida, só pode.
Olhei o teto suspirando. No mínimo estou nesse quarto à umas três ou quatro horas, não sei, não tem relógio. Presa não é algo que eu gosto de estar. Eu sou como um pássaro, gosto de ser livre e voar. Gosto de poder andar sem algo me prendendo, gosto de correr atrás do que quero. E acho que é por isso que eu ando sempre atrás de Justin, ou tento conquista-lo. Mas agora eu estou presa num quarto, na casa de Justin, pelo menos eu sei isso.
Me levantei daquele chão, e caminhei até o banheiro, pousei minhas mãos sobre a pia e encarei o espelho bem na minha frente. Ali estava eu de rosto inchado e de olhos vermelhos. Eu queria quebra-lo em pedacinhos tal como meu coração está. Em meu rosto já não havia maia registo de maquilhagem, pois minhas lágrimas tiveram o prazer de o limpar. Suspirei pesado e lavei meu rosto, limpei-o em uma toalha branca que se situava atrás da porta. Voltei para o quarto e me deitei na cama.
Às vezes eu gostava de saber o que vai na mente de meu garoto!
Um leve sorriso apareceu em meus lábios, meu garoto? Sabem sequer quanto tempo eu sonho em chama-lo desse jeito. Gostava de chegar perto dele e sussurrar em seu ouvido que o amo. Gostava de mostrar meu amor pra ele. Não sei se Justin algum dia irá corresponder ao meu amor, mas se corresponder. Eu acho que era a garota mais feliz do mundo. Acho que não precisava mais nada a não ser eu e ele. Acho que o resto do mundo não importava mais.
Tudo o que importaria era eu e ele.
- Para alguém que foi raptada, está muito feliz - uma voz doce disse bem atrás de mim.
Me virei na cama podendo assim olhar Olga segurando um tabuleiro em suas mãos. Ela sorria com pena, talvez eu fosse uma garota que merece pena, ou sei lá. Apenas na minha tudo está tudo mal. Eu devia ser uma garota feliz, mas acho que Deus não quer isso. E quem sou eu para para dizer o contrário? O que é certo é que tudo de mal que acontece envolve Justin, e ao envolver ele, quer dizer que ele ainda está aqui, do meu lado. Pelo mal motivo, mas está.
- Não adianta chorar - dei de ombros me sentando na cama - obrigada - agradeci logo depois de Olga ter colocado o tabuleiro em minhas pernas,
- Alivia a dor - sorriu de leve.
- Não há mais nada que alivie minha dor Olga, acho que já é algo que sempre vai estar comigo - levei uma garfada de espaguete à boca, me deliciando.
- A dor é só o começo de uma grande felicidade - suspirou - bom, o menino Justin pediu para que assim que você acabar de comer ir no quarto dele - me avisou e logo a olhei arregalando os olhos.
- Pra quê?
- Eu não sei menina - deu de ombros - mas é melhor ir.
- Eu não sei a onde é - tomei um gole do suco de uva.
- É o último do corredor - disse e se virou para a porta - boa sorte - sorriu e logo saiu me deixando novamente sozinha.
Para quê que Justin queria que eu fosse ter com ele ao quarto? Ele não pense que eu vou dar pra ele, que merda, me prende aqui e depois quer sexo? Porra, eu não sou uma vadia, eu não estou sempre disponível. Idiota! Tudo era tão mais fácil quando Justin não existia em minha vida. Mas se ele não aparecesse, eu acho que não saberia o que é amar de verdade, a vontade de estar junto. Ele me ensinou coisas boas, como coisas más. E nas más me ensinou que nem sempre temos o que queremos.
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Father or Boyfriend
Fiksi PenggemarNós sempre tínhamos algo no meio. Não havia paz em minha vida. Por vezes eu ansiava por sangue, pela dor. Ele era o causador do meu sofrimento. Muitas vezes ele me ignorava, mal tratava. Ele se enervava facilmente com coisas mínimas que eu fazia. Eu...