Eu podia ver através de uma janelinha que o porão possuía que o dia estava nascendo. Eu estava cansada, sonolenta e com fome. Mas eu não conseguia nem dormir, quanto mais comer e descansar. Também se podes se comer só se fosse ar mesmo. Eu estava encostada em um canto. Minhas lágrimas já havia saciado e eu apenas olhava o sol nascendo. Aqueles brutamontes me puseram aqui sem ao menos me explicar o que estava acontecendo. Eu não sei o que está acontecendo. Eu não percebo o que querem de mim sinceramente.
Mas eu não conseguia pensar totalmente em mim. Em como sair dali. Justin também estava em meu pensamento. Agora eu estou nesta encrenca por culpa dele, daquele idiota. Se ele não tivesse dito tanta besteira, talvez eu não tivesse saído do bar e a esta hora estaria dormindo em minha cama. Eu sentia uma leve dor nas pernas, e na virilha. Não por causa dos brutamontes me terem empurrado para este porão nojento. Mas sim por eu e Justin termos feito sexo e ter sido a minha primeira vez. E agora que me lembro...
O idiota do Justin não usou camisinha. Eu não posso engravidar. Não posso. Filho da mãe. Eu tenho que tomar um a pílula do dia seguinte. E merda, onde eu tenho isso. Eu não ando com essas coisas. E também os merdões me confiscaram a mala. Eu não tenho nada. Estou sozinha nesse fim de mundo.
Ao ouvir um estrondo me encolhi mais ainda, eu estava com medo, muito medo na verdade. A porta que dava para o porão foi aberta e então comecei a ouvir alguém descendo as escadas velhas, que chiavam até se uma pena pousasse sobre elas. Os passos começaram a se aproximar do cantinho onde eu estava encolhida. Continuei com a cabeça enterrada em meus joelhos, vá que não é um daqueles brutamontes gigantes que têm a súbita vontade de me bater, ou... Sei lá.
- Acho melhor você comer, ou então vai ficar desnutrida garota - uma voz um tanto grossa e calma falou bem perto de mim. Comecei a tremer, eu tinha medo, e não conseguia nem levantar a cabeça - não precisa de ter medo de mim - riram e então eu levantei a cabeça olhando para um garoto novo, talvez da idade de Justin, e ele não me era estranho, eu lembrava-me dele. Olhos azuis, cabelo loiro...
Era ele que estava com Jessie ontem.
- Quem foi o idiota que me pegou? Isso é obra de Justin? Eu te vai com ele ontem e com Jessie, o que queres? - comecei a disparar perguntas, eu estava muito nervosa. Eu queria soca-lo, mas eu não tinha força. Eu ouvi minha barriga suplicando por comida e então suspirei olhando o tabuleiro que ele trazia em suas mãos, logo começou a crescer água em minha boca.
- Você é a Blake? - Perguntou surpreso e eu assenti. Como assim ele não sabia que era eu?
- Se eu sei que isto é obra de Justin eu vou matá-lo - rosnei e peguei no tabuleiro com panquecas e suco, estava morrendo de fome.
- Folgada - revirou os olhos e levantou-se ficando me a encarar de braços cruzados.
- Estou com fome não reclama e por favor para de olhar e me tira daqui, me ajuda a matar o Justin e eu lhe garanto que um mundo sem o Bieber, seria um mundo mais feliz - sorri falsamente para ele.
- Eu não posso estar aqui de papo com você, se meu patrão sabe, mata-me - bufou - mas olha lá o que deu em você hein? Sair do bar assim do nada, ainda para mais aquela hora, só estava pagando pra ser raptada.
- Quem você pensa que é pra me dar lições de moral, eu nem sei o que querem de mim, eu não tenho nada pra essa gente de merda, puta que pariu, me tira daqui vai - posei o tabuleiro do meu lado e me levantei, agora já com forças.
- É realmente eu não sei o que eles podem querer de você, porém eu não posso te tirar daqui, e isso tudo não tem nada haver com Justin, ele anda doido à sua procura - disse se afastando.
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Father or Boyfriend
Hayran KurguNós sempre tínhamos algo no meio. Não havia paz em minha vida. Por vezes eu ansiava por sangue, pela dor. Ele era o causador do meu sofrimento. Muitas vezes ele me ignorava, mal tratava. Ele se enervava facilmente com coisas mínimas que eu fazia. Eu...