Father or Boyfriend

WHAT?

Eu estava me preparando para o que deveria ser o pior jantar de sempre. Mamãe quase me bateu por eu não querer ir jantar com ela e com Justin. Mas vocês entendem meu lado, não e verdade? Eu não sei se irei aguentar ver eles se comendo na minha frente. Acho que posso muito bem rebentar com a cabeça de cada. Ou, sei lá. Só sei que não quero ir nesse jantar e prontos. 

Estava deitada em minha cama, tentando me enforcar com minha almofada. Gritava o mais que podia, porém minha almofada absorvia todo o som. O que era ótimo. Assim não incomodaria os pombinhos. 

Me levantei da cama e fui até à gaveta da minha roupa interior, peguei meu diário de lá e voltei a me sentar na cama, sem antes pegar em uma caneta. Abri meu diário e comecei a esfolia-lo, vendo cada coisa que havia escrito nele. Senti minhas lágrimas pedirem para sair, não quis evitar. Eu precisava chorar. Quando cheguei na última folha, suspirei e comecei a escrever. 

''Estou ficando muito tempo sem vir aqui, mas eu não me esqueci de você, diário. Ainda continua sendo meu maior confidente. Apesar que agora Jessie sabe de tudo, mas você continua ainda sabendo mais que ela. E não importa se você fala, eu sei que você não me julga, e é disso que eu preciso. Vou começar por dizer que faz mais ou menos uma semana hoje, do dia em perdi minha virgindade, com Justin. Sim com ele. Não posso dizer que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, por um lado foi, por outro não. Transamos em um beco, e sem amor da parte dele. Porém naquele momento eu me entreguei. E até agora, tudo fica matutando em minha cabeça. Cada vez mais eu penso no que não devo, mas ele não me saí da cabeça. Custa acreditar que perdi a virgindade com a pessoa que mais amo, com o homem da minha vida. Custa acreditar, pois sempre sonhei com isso. Porém para ele não passou de sexo. Apenas sexo. Mas não ficamos por aí, nas sexta-feira. Ontem por assim dizer, eu e ele tivemos mais um dos nossos momentos íntimos. Eu sou muito tola, por no momento em que estamos entregues um ao outro pensar que ele está sentindo algo. Mas logo depois vejo que é só da minha cabeça. O que acaba por partir meu coração. O despedaçando aos bocadinhos. Mas não foi só o que aconteceu essa semana, Alex me beijou. Sinceramente nunca pensei que nos beijaria-mos, mas aconteceu, e não me arrependo. E acho que depois disso, ficamos bem melhor, não sei se é impressão minha, mas eu sinto que estamos melhor, depois do beijo.

Por hoje é tudo, e como eu sei que você não fala, eu imagino você me desejando boa sortepara esse jantar''

Fechei rapidamente o diário assim que ouvi a porta do meu quarto sendo aberta, e de lá adentrando Justin. Escondi meu diário o mais rápido possível debaixo da almofada, tentando que ele não visse, porém, ele viu, mas nem ligou.

- Eu só vim dizer que estamos prontos, vamos? - perguntou seco e me olhou de cima a baixo trincando o lábio inferior.

Eu envergava um vestido preto colado em meu corpo, que ficava a meio das minhas coxas. Modelando minhas curvas, seios e rabo. Calcava um tacão um tanto grande vermelho, mas mesmo assim não chegava à altura de Justin. Mas estava lá perto. Imaginem meu tamanho. Minha maquilhagem estava simples, nos meus olhos é que estava um pouco mais exagerado, mas isso é porque eu gosto dos cílios bem grandes, e por natureza os meus já são. 

- Vai parar de olhar meu corpo, ou... - me calei vendo ele se aproximar um pouco de mim, um pouco a favor. Muito. Por sorte, não se notava que estava chorando.

- Ou... - insistiu para que eu continuasse. 

- Vamos - disse tentando passar por ele, mas ele agarrou meu braço e aproximou nossos corpos, não os colando, mas deixando-os a uma distância perigosa. 

Ele foi aproximando seu rosto do meu lentamente. Até colar nossas testas. Ele me encarava tão atentamente, que eu até me havia esquecido que existia um mundo lá fora. Minha respiração começou a pesar, e ficando descompassado. Eu nunca percebo como Justin consegue ficar tão... Descontraído. Não percebo. Mas dessa vez eu não iria ceder tão fácil, até porque mamãe estava lá em baixo nos esperando.