Um segredo no Vale dos Salgueiros

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O cheiro do outono invadia todo o Vale dos Salgueiros

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O cheiro do outono invadia todo o Vale dos Salgueiros. O céu alaranjado anunciava o fim da tarde e trazia o vento frio que agitava todas as árvores que cercavam o lugar montanhoso.

O Vale dos Salgueiros, mais conhecido como: vale, é uma cidade bastante populosa cercada por uma cadeia de montanhas arborizadas, parecia ter parado no inverno por seu clima gelado mesmo o céu estando bonito e era banhado por um oceano cinzento mal tratado. Todos que moravam naquele lugar eram felizes – assim todos diziam.

Joe, um jovem de dezenove anos que morava na Rua do Salgueiro – uma rua que ficava bem nos confins do vale que já se encontrava a orla da floresta aos pés das montanhas onde se tinha um grande salgueiro de folhagens amareladas que dava nome aquela rua e ao vale que era tomado pelas enormes árvores.

A Rua do Salgueiro tinha poucas casas já que ficava um pouco longe do centro da cidade, mas às casas eram as mais bonitas de todas com seus jardins impecáveis mesmo sendo considerada uma área de subúrbio.

Foi naquele fim de tarde que Joe se agasalhou em uma jaqueta jeans, uma calça de moletom e touca cinza, montou em sua bicicleta antiga vermelha, pedalou até o centro da cidade, passou em uma farmácia comprando uma cartela cheio de remédios e voltou para pedalando velozmente em meio ao pouco tráfego de carros. Notando que a noite tinha caído, Joe olhou para o céu se deparando com um mar de estrelas que o seguia, ele amava aquilo, a singularidade do lugar, às árvores, às montanhas, a calmaria... tudo.

Chegando na quadra, uma praça gigantesca coberta de árvores e postes antigos de bronze que iluminavam todo o lugar em um tom dourado, Joe viu Luca, um grande amigo – assim eles se autodenominavam –. O rapaz era branquíssimo e usava apenas um short largo preto esportivo e um tênis, o peito estava nu e Joe adorava admirar aquele corpo bem definido salpicado de sardas, pintas e algumas tatuagens rebeldes.

Joe largou a sua bicicleta na grama se aproximando da grade que cercava a quadra com a sacola da farmácia na mão e cruzou os braços vendo Luca arremessar a bola de basquete na cesta. Todas as bolas foram certeiras.
A quadra estava com pouco movimento, os olhos negros de Luca fitaram Joe parado do outro lado da cerca que levantou a mão dando um breve tchau e o retribuiu dando-lhe um sorriso torto, o mínimo, mas logo voltou para seus arremessos.



O tempo se passava e mais frio fazia, Joe estava sentado e não parava de observar Luca, o cara alto, com os músculos bem definidos, com pouco cabelo e o olhar misterioso que mataria qualquer um. Ele já tinha se perdido naqueles olhos que jurava ser buracos negros que o puxava para o mais longe da realidade, naquele corpo todo marcado de tatuagens, naquela boca que sugava todo seu ar e o deixava totalmente sem rumo.

Sem rumo a bastante tempo para falar a verdade...

Quando Joe despertou de seus pensamentos se deparou com o corpo suado de Luca na sua frente que se abaixou ali abrindo suas pernas o assustando, mas logo puxou sua bolsa esportiva preta debaixo do banco passando por entre as pernas do garoto que sorriu balançando a cabeça reparando bem o pouco cabelo de Luca que molhado de suor ficava negro e não mais loiro.

VALE DOS SALGUEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora