Empatia

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Joe acordou na manhã seguinte sentindo a dor e a pressão da bandagem em volta da cintura que apertava a região

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Joe acordou na manhã seguinte sentindo a dor e a pressão da bandagem em volta da cintura que apertava a região. O pequeno pegou o celular liberado pelo médico o ligando e sentiu a falta de Luca que o acompanhou até dormir. Ainda não era nem dez da manhã, a enfermeira corpulenta o obrigou comer o café da manhã mais sem graça do mundo e quando acabou de comer recebeu de surpresa a visita de sua mãe. Catarina estava com olheiras e o olhar triste.

– Como você está, meu pequeno? – Catarina sentou na poltrona ao seu lado e segurou sua mão pouco gelada.

– Estou bem, mãe. – Joe estava encostado na cama e a olhava com dó. – Não fique assim, vou ficar bem, relaxa. – sorriu tentando parecer forte.

– Joe... – respirou. – Como sempre sendo forte, igualzinho seu pai. – disse sorrindo triste.

– Eu sinto falta dele, mãe. – Joe confidenciou, mas queria mudar de assunto.

– Eu também. – Catarina o olhou triste. – Ele deve ter muito orgulho de você. Olha para você: um filho estudioso, dedicado, forte... – beijou sua mão cheia de hematomas.

– Eu te amo, mãe. – Joe se segurou para não chorar. – Eu já disse isso para Luca, mãe, mas eu não aguento mais fingir que sou forte. – Joe disse com o olho livre brilhando.

– Joe? Você já pensou que isso não é fingimento? – Catarina perguntou sorrindo agora orgulhosa.

– Como assim, mãe?

– Isso não é fingimento. Você é forte e sabe disso. Só é difícil aceitar. – sorriu para o filho.

– Mãe? Eu sempre apanho. Como eu posso ser forte assim? Sempre saindo na pior? – o olho amendoado brilhou novamente.

– Ser forte vai além da força física. – Catarina disse apertando mais ainda a mão do filho.

Passou um silêncio gostoso. Os dois ali olhando um para o outro e Joe se sentiu o filho mais sortudo do mundo. Por mais que às vezes se sentisse solitário pela ausência de sua mãe, a ter ali naquele momento era a melhor coisa do mundo.

– Tenho uma coisa para te contar. – a seriedade na voz de sua mãe o deixou apreensivo.

– O que aconteceu?

– O pai de Luca está na cidade. – contou Catarina ainda em choque. – Christian é muito cara–de–pau, ainda trouxe a outra.

– Como você sabe disso, mãe? – Joe já estava pensando em Silva, o choque que ela teria e Luca.

– Silvia me ligou, coitada. – Catarina balançou de leve a cabeça em um lamento rápido. – Amanhã ela faz a cirurgia para a biópsia da mama e tem agora essa com Christian.

– Vocês nem são amigas, mãe. – Joe disse achando que essa intimidade estava indo longe demais.

– O que tem isso? Custa ter empatia? Dores devem ser compartilhadas para aliviar um pouco. Ainda mais entre nós mulheres. – disse dando bronca no filho que arqueou a sobrancelha livre.

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