As travessuras de Dylan

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Alguns longos anos depois no Vale Dos Salgueiros

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Alguns longos anos depois no Vale Dos Salgueiros...

O dia estava indo embora e o sol sumia por trás das montanhas do vale. O cheiro dos pinheiros que cobriam as montanhas em torno da minha casa me fazia lembrar que estávamos entrando no verão e as férias estavam se aproximando. Não via a hora de poder andar pelas ruas do vale com meu skate e me livrar do trabalho de meio período no restaurante do meu coroa, vulgo meu pai. Eu amava trabalhar no Elo, o restaurante quase quatro estrelas do papai.

Meu celular tocou ao meu lado no chão de madeira do grande terraço onde fazíamos reuniões ao ar livre para contemplar toda a vista do vale e as montanhas. Eu amava a casa da montanha.

– Oi, Vanessa. – atendo aguardando suas reclamações por não ter ido a escola hoje. – Como foi hoje?

– Seu traidor de uma figa. Como ousa me deixar sozinha naquele inferno? – reclamou me fazendo sorrir e deitar fitando o céu rosado prestes a escurecer.

– Hoje eu ajudei o papai a mexer no carro. – contei. – Como eu já passei, ele ligou para a escola contando que eu não iria hoje. O Bruno não apareceu? – perguntei.

– Que vida boa, Dylan. – desdenhou da minha cara. – O Bruno não apareceu também, vocês combinaram, não foi? – perguntou se sentindo ofendida me fazendo sorrir.

– Eu juro que não. É estranho o Bruno não aparecer, ele é tão certinho com a escola. – digo.

Bruno era um dos meus melhores amigos desde a infância no orfanato. Ele depois de dois anos foi acolhido pelo tio Pascal e o tio Sant. Não ficamos um dia sem nos falar. Ele era o oposto de mim: quieto, tímido, muito estudioso e quando se estressava conseguia ser chato e autoritário igual ao meu pai, Luca.

– Espero então que esteja tudo bem com ele. Vou mandar uma mensagem para ele. Faça o mesmo, Dylan. – mandona com sempre e desligou.

Fitei o céu com estrelas já despontando e as encarei passeando meu olhar por elas. Uma brisa soprou fria, me sentei e disquei seu número.

– Oi, Bolt. – ele atendeu como sempre me chamando pelo apelido desde o orfanato que só pouquíssimos tinham a autoridade minha em me chamar por esse apelido.

Sorrio com sua voz baixa, calma e serena como o dia de hoje. Era familiar e reconfortante.

– Oi, Bruno. – respondi respirando fundo. – Soube que você não foi hoje para a escola também. Aconteceu algo? – pergunto.

– Estou resfriado. – respondeu. – Não estou me sentindo bem. – resmungou do outro lado. – Acho que ficarei trancado no quarto até esse vírus sumir. – fungou.

– O QUÊ? – me sento preocupado e arrasado. – Qual é, Bruno? Eu vou ficar sem o meu melhor amigo até não sei lá quando? – digo sentido e já com saudades.

Escuto seu riso do outro lado da linha seguida de uma tosse.

– Meu pai não vai deixar eu sair daqui até eu melhorar. – falou arrastado. – É melhor você e Vanessa nem aparecer, senão ele vai chutar vocês para fora daqui de casa.

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