Caso perdido

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Faltavam três dias para o jantar no edifício Stelares

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Faltavam três dias para o jantar no edifício Stelares. O clima de Halloween tomou o Vale dos Salgueiros por completo. Em todos os jardins das moradias da cidade estavam enfeitadas com abóboras e fantasmas horripilantes que iluminavam à noite abarrotada de estrelas. Nas redondezas do campus as coisas foram levadas bem a sério em quesito decoração. O clima do feriado era hostil quando algumas repúblicas invadiam as outras para amassar as abóboras vizinhas. Todas às noites tinham reuniões dos líderes para resolverem isso. A paz voltou a reinar no fim.

Joe encontrou Pascal deitado no sofá do loft mexendo no celular. Era quase sete da manhã e se espantou ao encontrar o amigo acordado. Como sempre, Pascal estava belo, mesmo com o cabelo cumprido todo desgrenhado e a barba malcuidada. Os olhos agora esverdeados encontraram os amendoados do amigo menor.

– Aconteceu alguma coisa? – Joe se espreguiçou levantando as pernas do amigo e sentou no sofá e as colocou no seu colo.

– Bom dia. – Pascal disse sorrindo de canto. – Não aconteceu nada. Só pensando em algumas paradas.

– Sei.... – semicerrou os olhos observando o amigo.

– Você está bem? – Pascal jogou o celular para o canto prestando atenção no amigo curioso.

– Estou. – Joe desviou os olhos do amigo e se viu pensando no dia em que Brent o beijou no banheiro. A semana se passou e Joe não viu o ruivo no campus.

– Não está nada bem. O que aquele macânicozinho fez com você? – Pascal coçou o nariz sardento e mirou os olhos para Joe.

– Cara! Você e Sant, tem que parar de ficar acusando sempre o Luca. Ele não me fez nada. Isso está virando um carma, tudo é Luca. Às vezes acho que você e Sant ficam conspirando juntos contra ele. – Joe resmungou raivoso. Não suportava ver os amigos duvidando de Luca.

– Eu e Sant? Digo, Santinni. Você sabe muita bem que nos odiamos. – Pascal disse desconversando e odiando dizer aquilo. Ódio. – Mas fala, o que houve? Você andou meio estranho essa semana.

Joe olhou para os lados e se encostou no sofá. Jogou a cabeça para trás e fitou o teto branco. Sentiu-se péssimo por não ter contado a Luca, a Sant ou Pascal. Se sentia sufocado e um completo idiota por não ter denunciado o ruivo. Agora as lesões no braço desapareceram. Os pontos no supercílio já se iam, mas o gosto do beijo ainda continuava fixado em seus lábios.

– Preciso te contar uma coisa. – Joe agora encarava o amigo e alisava sua perna que pesava no seu colo.

– É melhor mesmo.

– Que isso em hipótese alguma, saia daqui. Está bem? – Joe o impôs muito sério.

– Joe, diga logo. – Pascal respirou fundo e se levantou sentando a lado do amigo.

– Semana passada eu estava disposto a denunciar o imbecil do Brent. – começou respirando fundo e ficou com raiva de si mesmo. Viu Pascal ansioso e prosseguiu. – Eu o encurralei no banheiro da faculdade e tivemos uma discussão feia. Eu disse tudo e eu perguntei tudo. – respirou novamente. – Aquele cara é doente. Ele quase me agrediu de novo. Idiota...

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