A neve parou de cair quando a manhã chegou. O sol saiu por trás das montanhas, mas o frio continuava e uma forte camada de neve cobria o vale como um cobertor bem fofo.
Taylor estava se sentindo aquecido em meio a escuridão e sentia-se sendo apertado pela cintura e sopros quentes em sua nuca. Ele sabia que em meio à cabana escura – seu único refúgio da nevasca – Brent, o ruivo que tanto o irritava, estava agarrado nele o aquecendo do frio. Pela respiração do ruivo, ele estava num sono profundo enquanto o apertava.
– Brent? – Taylor tocou seu braço. – Ei!
– Hum... – Brent reclamou roçando o nariz gelado na sua nuca o fazendo se arrepiar todo com aquele toque íntimo. – Que foi, merda? – perguntou em meio a um resmungo bêbado de sono.
– Já amanheceu. – Taylor avisou estranho com aquele contato de Brent que não o soltou.
– Seu cabelo está na minha boca. – reclamou afastando o rosto da nuca de Taylor que reclamou.
Brent se levantou em meio à escuridão segurando Taylor o ajudando a levantar-se também. O ruivo abriu a janela e se deparou com uma forte claridade que quase o cegou. Rapidamente Taylor se protegeu do clarão fechando um pouco a janela deixando uma nesga de luz entrar e foi em direção a Brent que coçava os olhos embaçados por tanta claridade.
– Você está bem, Brent? – Taylor o tocou no ombro. – Não se pode fazer isso, é perigoso para as vistas. – disse dando-lhe uma bronca.
– Pare de me dar sermão e me ajude. – Brent piscava os olhos verdíssimos cheios de lágrimas incomodados com a luz que quase o cegou.
– Como, seu idiota? – Taylor perguntou amarrando a cabeleira ondulada.
– Sei lá! Você tem algum óculos? – perguntou o ruivo piscando os olhos ainda irritados.
– Deixa eu ver nos meus bolsos... – Taylor enviou as mãos em todos os bolsos. – Acho que não, né, seu idiota. – balançou a cabeça bufando. – Vamos embora antes que comece novamente a nevar. Você já viu se o sinal voltou?
– Minha vista está embaçada, veja pelo seu. – retrucou coçando os olhos com raiva da resposta atravessada de Taylor que lhe irritava facilmente.
– O meu ficou no meu carro apreendido, Brent. – respondeu Taylor se aproximando e pegando o seu telefone que estava no bolso da calça.
– Não toque no meu telefone, seu forasteiro. – Brent o advertiu se aproximando.
– Tem sinal. – Taylor disse discando o número de casa e com a outra mão livre impediu Brent de se aproximar o encarando muito feio o fazendo ficar parado o olhando. – Catarina?! Sou eu mesmo... sim, estou bem... urrum.... fiquei preso na nevasca e quando chegar em casa eu explico melhor... tchau. – desligou o telefone e entregou a Brent. – Obrigado. Agora ligue para sua casa e informe que você está bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
VALE DOS SALGUEIROS
RomanceJoe, prometeu a Luca, o cara formado e dono de um negócio bem sucedido, que não iria se perder em sentimentos mais profundos, um trato esse difícil de se cumprir. Luca era o dominador e ditador que tentava impor regras aquela relação, diferente de J...