Capítulo 14

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Faltavam poucos milímetros para nossos lábios se encontrem, mas Griffin colocou suas mãos em cima das minhas que estavam no seu rosto e me afastou. Ele com seus olhos fechados deu um suspiro longo e me olhou.

- Eu não posso. Não agora.

Eu não conseguia reagir, eu apenas o olhava inexpressiva sem saber o que falar. A vergonha era tanta que impedia as palavras de saírem da minha boca.

- Me desculpa. - me ajeitei no banco do carro tentando evitar qualquer tipo de contato visual com ele. Era muita vergonha.

- Antes de darmos um passo a frente eu preciso entender o que você acabou de me dizer. Eu não consegui processar direito, estou muito confuso.

Enfim consegui olhar para ele. Com muita dificuldade mas consegui.

- Eu sei o que você é um vampiro.

- Como sabe disso?

- Suas mãos são geladas, você é pálido e está usando o anel do sol. Só não sei a onde você conseguiu.

- E como você sabia que nós existimos? Tenho certeza que não foi só esses detalhes que te fizeram acreditar que vampiros existem.

- Eu não posso contar.

- Você não é uma vampira. Pelo contrário, você é um tipo de pessoa que eu preciso me segurar muito para não fazer nada. A todo momento eu quero senti-la, seu cheiro é um vício pra mim. - diz trincando os dentes.

- Devo ter medo?

Ele me olha fixamente por um tempo.

- Não.

Engoli em seco e dei um suspiro longo.

- Desde que eu te conheci eu senti que você era diferente das demais garotas. Era perceptível que você guardava um segredo, e isso era um enigma pra mim. O problema é que... Foi o que mais me atriu em você. Tão gentil e linda, mas também tão misteriosa.

E novamente as palavras sumiram da minha boca. Um conjunto de sentimentos me dominou. Eu só conseguia pensar no quanto ele era lindo e fofo por dizer essas coisas. Eu queria beijá-lo, porém dessa vez eu tinha que me segurar. Acho que ainda não é a hora certa.

- Griffin eu...

- Não precisa me dizer nada. Mas eu quero saber uma coisa, se não for pedir demais, eu quero que me conte como você soube que vampiros existem?

- Griffin eu não posso contar.

- Esse mistério está me matando Eliza. Você não pode simplismente falar tudo isso e me deixar sem as respostas que eu mais quero.

- Griffin...

- Por favor Eliza.

Por alguns segundos fiquei pensativa. Eu não sabia o que fazer. Ele tem razão, eu não posso contar tudo só pela metade. É melhor eu acabar com isso de uma vez por todas.

- Me leva pra casa. - peço.

- O que? - me olhou confuso.

- Só me... Leva pra casa. Quando chegarmos você vai me entender.

Ele resistiu mas logo aceitou e fomos pra minha casa. O caminho foi longo e silencioso. Eu não parava de pensar em como eu iria explicar pro meu pai sobre ele. Eu já tinha até ideia de como ele iria reagir, mas não de como eu iria contar.

Chegamos e saímos do carro. É agora!

Caminhamos até a porta da frente mas antes de entrar eu segurei sua mão.

- Eu vou te apresentar normalmente pro meus pais. Mas independente de como ele vai reagir, eu peço que você não fale nada okay?

- Não estou entendendo.

- Apenas faça o que eu pedi.

Entramos e fomos em direção ao pé da escada. Gritei pelos meus pais e aguardei os dois descerem. Primeiramente minha mãe apareceu, e assim que ela o viu sua boca ficou aberta. Dirigi meu olhar para Griffin e a expressão dele era a mesma da minha mãe. De repente meu pai apareceu atrás dela, o ruim é que ele não pareceu surpreso... E sim, furioso.

- O que ele está fazendo aqui? - meu pai gritou e saltou para cima de Griffin.

- Eliott não! - minha mãe o segurou no ar e os dois caíram no chão.

- Eliott é seu pai?  - Griffin perguntou.

- É... Mas eu...

- O que está acontecendo aqui? O barulho está... - tia Victoria pareceu surpresa tanto quanto minha mãe ao ver Griffin. - Oh Meu Deus! Como isso é possível?

- Victoria? - Griffin a olhou.

- O que está acontecendo aqui?!! - gritei.

- Esse desgraçado foi o aliado da Úrsula! Eu sabia que eu devia ter te matado! - grita furioso ainda nos braços da minha mãe.

- O que? - olho para Griffin.

- Eliza eu posso explicar! Seu pai está aumentando a história. Não foi bem assim!

- Ela quase matou a minha mãe e você a ajudou? Não pode ser. - coloquei a mão na testa e me virei.

- Eliza será que da pra você me escutar? Eu não fiz nada, eu não lutei. O seu pai que não gostou de mim e agora está fazendo caveira de mim pra você.

- O que você falou garoto?

- Eliott para! - minha mãe o repreendeu.

- É melhor você ir embora. - digo.

- Qual é? Você não está acreditando em mim?

- Não é isso Griffin, apenas vá embora. Preciso de um tempo para pensar em tudo isso.

- Eliza...

- Por favor Griffin.

Mesmo estando virada eu sabia que ele continuava parado e olhando para mim. Após alguns segundos ouvi seus passos indo em direção a saída e em seguida a porta se fechou.

Meu pai se aproximou e colocou a mão no meu ombro.

- Isso mesmo filha, você fez a coisa cer...

- Já chega pai! Da um tempo! - me viro gritando e vou em passos firmes subir as escadas.

- Eliza! - gritou mas eu nem liguei.

- Ela precisa ficar sozinha Eliott. - foi a ultima coisa que escutei e entrei no quarto.

Eu já estava de saco cheio disso tudo. Meu pai é muito infantil pra certas coisas, e isso me irrita. Agora tem Griffin, que supostamente participou daquele ataque contra minha família. Eu já não sei o que pensar, em quem acreditar ou no que fazer. Minha cabeça está muito confusa, agora quero apenas dormir e tentar esquecer dessas coisas pelo menos por um tempo.

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