Capítulo 18

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Ei, vocês! - escuto a voz de um homem pelo lado de fora da casa. A luz da sua lanterna invade minha visão. Quando olho pelo vidro vejo que é um guarda noturno. Rapidamente nos levantamos.

- Vai vai vai! - Griffin começou a correr e fui atrás.

- Parem os dois! - o guarda gritava mas nós apenas ignoramos e continuamos a correr.

Quando paramos de correr, percebi que estavamos em umas ruas movimentadas cheias de prédios e edifícios. Minha respiração estava ofegante de tanto correr.

- Nossa... - puxo o ar com precisão. - Acho que nunca corri tanto na minha vida.

- Bem-vinda ao meu mundo. - riu.

- Parados! - o guarda novamente apareceu correndo na nossa direção.

- Vem comigo. - Griffin pegou na minha mão e corremos até um beco que fica entre dois prédios.

- Você confia em mim? - perguntou.

- Sim. Por que?

- Sobe nas minhas costas.

- O que? - questiono confusa.

- Sobe nas minhas costas. Eu vou te mostrar uma coisa.

Eu fiquei com receio no começo mais depois tive que aceitar, o guarda já estava quase chegando. Pulei nas suas costas e ele segurou meus braços que estava em volta do seu pescoço.

- Segura em mim e não larga por nada.

- Ta bom.

De repente em um impulso Griffin saltou do chão me causando um grande frio na barriga e rapidamente estavamos no topo do prédio. Meu coração estava acelerado por conta da adrenalina, isso foi demais!

- Continua se segurando okay?

- Tá. - afirmo rindo.

Ele deu alguns passos para trás e no embalo começou a correr e saltou para o prédio a frente. A sensação era muito boa, era de aventura. O vento gelado vinha contra o meu rosto, bagunçando meus cabelos e sacudindo a minha alma.

Quando ele parou, estavamos em um lugar desconhecido, pelo menos pra mim.

- O que achou? - perguntou enquanto andávamos lentamente na calçada de uma ponte.

- No começo foi assustador, mas depois a sensação era ótima.

- Eu sabia que iria gostar.

- Como não gostar né?

- É... - sorriu e timidamente e paramos de andar.

Griffin segurou na minha cintura e me puxou para um beijo. Nossos lábios se encontraram de uma forma intensa, Griffin segurava meu pescoço puxando-me cada vez para perto de seu corpo. Eu não queria sair dos seus braços, eu queria ficar ali para sempre e deixar esse mundo tão..
Tão cruel e ruim de lado. Tudo o que me importava naquele momento era ele... Somente ele.

- Temos que ir. - ele sussura ao se afastar dos meus lábios, mas nossos rostos ainda estavam próximos.

- Eu não quero ir. - respondo no mesmo tom. De olhos fechados e desejando mesmo não querer sair. Eu queria que minhas palavras tivessem força o suficiente para comandar o tempo e obedecer o que eu pedisse.

- Eu também não. Mas precisamos.

Suspirei e nos abraçamos. Nossos corpos juntos traziam um calor bom no meio daquele frio da noite. Seu abraço se tornou aconchegante, envolvedor.

- Vem, vou te levar até Victoria. - disse e me pegou no colo. Me olhou e de repente disparou usando sua habilidade da velocidade.

O jeito que ele corria era muito rápido, o vento era tão forte que era quase impossível de abrir os olhos. Quando raramente eu abria não se via nada além dos vultos e borrões das casas e as pessoas. Em instante de segundos estavamos na mesma rua que tia Victoria me deixou.

Quando ele parou desci das suas costas muito zonza. Meu coração quase pulava pela minha boca que estava super seca. Eu sentia uma sensação estranha de que minha alma não estava junto com meu corpo, de tão forte que foi a adrenalina.

- Você está bem? - perguntou preocupado.

- Não. Mas vou melhorar. - respondo com dificuldade.

- Foi a primeira vez que fez isso não é?

- Sim.

- É assim mesmo. Depois você acostuma.

- Devo me acostumar? - olho para ele.

- Estando comigo, sim.

Sorrio e tento me recompor. Quando finalmente consigo me estabelecer o carro de Victoria dobrou a rua vindo em nossa direção. Ela chegou mais perto e saiu do carro.

- Eai, como foi? - perguntou com um sorriso simpático no rosto.

- Foi bom. - respondo tímida.

- É... Mas agora temos que ir.

- Infelizmente. - murmuro e me viro para Griffin que está com as mãos no bolso me olhando fixamente.

Me aproximo dele e olho para cima, já que ele é bem mais alto que eu. Griffin tira as duas mãos do bolso e as colocam no meu rosto.

- Nos vemos amanhã okay? - sorri.

- Okay. - sorrio e fecho os olhos.

Ele me da um beijo na testa e em seguida  sua boca desce até a minha. Damos um celinho demorado e me viro para sair. Antes de entrar no carro o olho uma última vez e entro. Victoria liga o carro e fomos para casa.

Durante o percurso encostei minha cabeça no vidro do carro e observei as coisas que passavam em vultos enquanto eu pensava na maravilhosa noite que tinha acabado de acontecer. Griffin parece ser o cara certo, mesmo todos torcendo contra eu quero que dê certo, eu quero e vou persistir.

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