Capítulo 20

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- Com a raiva que estou sentindo eu não aguentaria ficar lá nem mais um minuto. - bufue. - Obrigada por me ajudar.

- Não precisa agradecer.

Olhei para ela e dei um sorriso. Por um tempo observei as casas passando por um vulto e pensando em várias coisas. Já aproveitando que eu iria ficar sozinha naquela casa gigante, por que não chamar Griffin não é mesmo? Eu estava precisando dele naquele momento, para conversar e para ele me abraçar. Me sinto tão sugura nos seus braços, é como se nada mais importasse.

Pego o celular e disco seu número. No quinto toque ele atende.

- Griffin eu preciso de você. - minha voz sai um bouco embargada.

- O que você está fazendo Eliza? - Victoria me interrompe.

Coloco a mão no microfone do celular e olho para ela.

- Eu preciso que ele vá conosco, por favor, diz que sim.

- Eliza você só pode estar louca! Eliott não pode saber de vocês dois, só que você está facilitando demais.

- Eu sei, mas eu preciso dele. Nada vai acontecer, eu prometo.

- Eu sou uma idiota mesmo. - ela bufa e olha para frente.

Coloco o celular novamente na orelha.

- Vou te mandar o endereço por mensagem, me encontra lá.

Desligo o celular e rapidamente lhe envio o endereço. Após enviar encostei minha cabeça no banco do carro e suspirei aliviada. Preciso dele.

Chegamos na casa de campo ainda era noite. Mal se podia ver as árvores e planas que tem ao redor da casa. Entramos e nos acomodamos na linda e imensa casa. Deixei minha moxila em um cômodo ao lado da cama e desci para comer algo. Victoria estava caçando pelo lado de fora.

Quando terminei de preparar um sanduíche, sentei na mesa e mordi um pedaço. De repente eu vi um vulto pela parede de vidro. Arregalei os olhos e  imediatamente me afastei e fiquei no meio da sala. Escutei passos por todo lado, da onde vinha o som meu olho automaticamente ficava atento.

De repente tudo ficou silêncio, meu olhar estava apenas em um dos cantos da imensa parede de vidro. Meu coração estava acelerado, e meu corpo paralizado incapaz de dar qualquer movimento.

- Eliza... - sinto uma mão gelada no meu ombro. Com o susto me viro bruscamente e vejo que é Griffin

- Desculpa por ter assustar.

- Você sempre faz isso. - continuou me olhando. - Vem aqui. - na ponta do pé lhe dei um abraço forte.

- Você está bem?

Droga! Logo essa pergunta? Acho que agora eu desabo.

- Não... - sento no sofá e abaixo a cabeça. Uma lágrima recente cai no carpete vermelho vinho causando um grande destaque entre o chão e os móveis brancos.

- O que aconteceu? - sentou-se ao meu lado e pegou nas minhas mãos.

- Meus pais. Eles mentiram para mim.

- Do que você está falando?

- Elea esconderam de mim que estavam se alimentando de sangue humano, já não bastava ele me separar de você... Agora isso?

- Eliza... - me puxou para um abraço.

Chorei por um tempo no seu peito. Quando finalmente me acalmei, me recompus e limpei as lágrimas.

- Eles explicaram o porquê disso?

- Sim. Minha mãe disse que tomou uma vez e não conseguiu mais parar. Meu pai entrou na dela e os dois manteram esse segredo de mim.

- Eu não quero que pense que estou do lado deles. Mas Eliza, eu sou um vampiro e sei como é. É assim mesmo, o sabor é vicioso e quem não tem controle o suficiente, não consegue parar. Só acho que você precisa entender o lado deles. Tenho certeza que eles não te contaram para te poupar.

- Poupar de que? - levantei-me indignada.

- Não sei. Eles com certeza devem ter motivos. O que você tem que fazer agora é se acalmar e tentar entender o lado deles. Depois vocês conversam e se resolvemo. Por que não há nada pior do que brigar com os pais, as pessoas que cuidaram de você e as únicas que te amam desde seu primeiro choro.

Olho para ele.

- Você está falando de você? - pergunto.

Griffin permaneceu me olhando em um silêncio contínuo.

- Acho que sim. - suspirou.

- Quer me contar o que houve?

- Não. Agora não. Estou aqui para te ajudar.

- Mas podemos nos ajudar um ao outro. - me sento no sofá e seguro sua mão fria.

- Melhor não. Não quero tocar nesse assunto.

- Como você quiser.

De um sorriso fraco e fitou o chão por alguns segundos. Depois me olhou, se virou e se aproximou tirando uma mexa do meu cabelo.

- Conversa com eles okay? Tenho certeza que vocês vão se resolver. - sussurou.

- Eu não sei enquanto a isso.

- Eliza...

- Griffin, eles mentiram pra mim.

- Tudo bem Eliza. Eu sei que está brava e triste agora, mas vamos pensar positivo agora, vamos pensar em coisas boas.

- Estou pensando em te beijar no momento, é uma coisa boa? - sorrio.

- Claro que é. - sorriu e seus lábios gelados se encontraram com os meus. Seu beijo naquele instante estava calmo, me passando uma tranquilidade e ao mesmo tempo uma agitação, um gosto de quero mais.

Coloquei minhas mãos no seu pescoço e sem seguida subi para seus cabelos. Dávamos pequenas pausas para mim respirar e continuavamos a nos beijar, cada vez mais intensamente.

Griffin me pegou pela cintura e me deitou no sofá com minha cabeça apoiada nas almofadas. Seu gosto é bom, um sabor de menta forte que junto com seus lábios macios e gelados são uma combinação perfeita para um beijo vicioso.

Escuto alguém limpar a garganta e rapidamente nos levantamos. Victoria estava parada com uma garrafa transparente cheia de sangue e olhando fixamente para Griffin.

- Eu sabia que viria e resolvi trazer um presente para você, mas agora me arrependi e quero tacar isso na sua cara! - Victoria grita.

- Não ia acontecer nada além disso. - murmurou.

- Será mesmo? - indagou arqueando as sobrancelhas.

- Sim, você tem minha palavra.

- Tá. - fez uma cara de quem não agreditou a jogou a garrafa para Griffin. Após ele pegar me olhou e sorriu.

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