Capítulo 26

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Vou atrás e seguro seu braço que está rígido.

- Não, você não pode falar tudo isso e sair assim sem me explicar nada! Eu quero uma explicação Griffin! Eu mereço uma!

- Eu só não posso mais te ver. Não sou o quem você pensa. Você não me conhece, é melhor você ir Eliza...

- Você é um idiota! - dou murros no seu peito. Ele fica parado por um momento e em seguida segura as minhas mãos. - Por que está fazendo isso comigo? Eu tive tantas esperanças em nós dois, eu me apaixonei por você Griffin...

- Eu também Eliza, e não escondo isso! - grita me fazendo recuar para trás. - Mas eu não posso mais, entenda de uma vez por todas que não quero mais ficar com você! - ele gritou nessa última frase de um modo que partiu meu coração. Fiquei sem chão naquele momento.

- Tudo bem. - sussurro com os olhos cheios de lágrimas. O olho pelo última vez e me viro.

Meus passos eram rápidos, eu queria sair dali o quanto antes. Comecei a chorar igual a uma criança, meu corpo estava tremendo  e os soluços eram constantes. Não sei se sinto raiva ou tristeza, talvez os dois, ou talvez não. Acho que a raiva era maior, pois eu sentia raiva em cada vez que me lembrava dele, por ter me feito de otária. Como eu sou burra!

Ando sem rumo pelas ruas escuras e vazias daquele bairro. Eu não queria ir pra casa, meus pais não podiam me ver assim. Preciso me acalmar. Mas não consigo. As lágrimas ainda persistem, continuo a chorar com soluços atrás de soluços.

De repente sinto um vulto atrás de mim. Congelo. Olho do canto dos olhos e não vejo ninguém. Engulo em seco e continuo a  andar, porém, mais atenta. Dou poucos passos até sentir o vulto novamente. Meu coração acelerou mais, meus pulmões não me correspondiam.

Percebendo que já era perigo começo a correr pela rua escura e vazia. Ouço passos, olho para trás e não vejo ninguém. Quando olho para frente novamente trombo com alguém. Olho para cima e vejo quem é. Meu coração falha por um segundo, minha respiração ficou presa, eu fiquei incapaz de me mover. Era ele, o garoto que me atacou. Ettore Lambertucci.

- Você não sabe o quanto eu esperei por isso. - seu sorriso é malicioso.

Dou dois passos para trás e começo a correr desesperada, mas ele entra na minha frente novamente e paro.

- Não adianta correr menina. Agora você não tem mais saída. - sua voz é um pouco grossa e rígida. A um tom de maldade em suas palavras.

- Por favor, me deixe ir. - peço chorando.

- Oh, não... Não chore querida. - ele se aproxima de mim e limpa minhas lágrimas. Fecho meus olhos e fico encolhida me tremendo toda.

Sinto que ele está olhando para mim. Ouço seu riso debochado. De repente sinto algo cortando meu rosto, apesar da dor não grito e nem me mexo. Só começo a tremer mais, e as lágrimas novamente aparecem.

Sinto o sangue quente escorrer. Ele aproxima seu nariz e cheira. Em seguida passa sua língua pelo meu corte me fazendo fechar os olhos. Sinto sua respiração profunda de desejo e satisfação.

Abro meus olhos novamente e o encaro.

- Você é saborosa. Como eu imaginei. - ele passa a língua pelos seus lábios.

Ettore me encara. Ele ri da minha situação, percebo que ele sente prazer de amedrontar.

- Está com medo? - pergunta. Sua postura é reta, o que lhe deixa com ar de superior.

Assinto.

- Pois então não fique. Não vou lhe fazer mal... - suspira com um sorriso malicioso. - Bom, na verdade acho que vou. - diz e joga a cabeça para trás, revela suas presas e vem ao encontro do meu pescoço. Fecho meus olhos rapidamente com medo da dor.  

De repente alguém o tira de mim brutalmente. Fico assustada, mas também aliviada. Olho em minha volta e vejo Griffin o segurando com força.

- Vocês disseram que não iriam machucá-la! - Griffin grita. Fico paralisada novamente.

- Você é um tolo. - Ettore ri com desdém.

Griffin cerra os punhos para lhe dar um soco mas Ettore se defende e arremessa Griffin para longe, ele desliza no asfalto brilhoso indicando chuva mais cedo.

Ettore se aproxima de mim e me segura por trás. Começo a gritar e tentar escapar, mas ele é mais forte. Ouço o barulho das suas presas, sua boca se aproxima do meu pescoço para me morder, mas novamente seu ato não é feito, Griffin o impede.

Os dois começaram a brigar brutalmente.

- Griffin! - grito.

- Eliza, corre! - Griffin diz segurando Ettore.

Continuo observando os dois indecisa, eu não sabia se corria ou se ficava, não podia deixar Griffin. Mas o que eu poderia fazer? Apartar a briga jamais. Então é melhor correr.

Corro bastante, mas antes de sair daquela rua Ettore novamente entra na minha frente. Olho para trás desesperada  procurando saber o que aconteceu com Griffin. Vejo ele deitado na rua se contorcendo. Grito pelo seu nome e por socorro. Ettore se aproxima mais e tampa minha boca.

- Agora você é minha. - sussurra.

Sinto suas presas perfurar minha pele. É uma dor aguda. Grito alto. Muito alto. Eu tentava me mover mas já era tarde. Meu sangue estava sendo sugado, meus olhos aos poucos iam se fechando. Minha visão ficou turva por um momento.

Vejo um vulto e em seguida o barulho de um pescoço se quebrando. Caio no chão fraca, luto para que meus olhos fiquem abertos.

- Eliza... - Griffin me sacode.

Sinto-me estranha, como se meu sangue começasse a congelar. Meu coração acelerou muito, minha cabeça e meu peito começou a doer muito, eu não conseguia respirar, parece que eu estava tendo uma parada cardíaca, é... Eu estava.

Minha visão fica escura, eu estava perdendo minha conciencia aos poucos quando sinto outro mordida no meu pescoço. Abro meus olhos por um momento mas em seguida eles pesam de novo.

Agora está acontecendo algo diferente, eu já conseguia respirar, meu peito parou de doer, mas minha cabeça não. Aos poucos fui melhorando, e eu não sabia o motivo. Meus olhos continuaram a pesar, quando tudo se apagou.

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