Capítulo 8

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O caminho até o restaurante The Orchard Fairfield foi aconchegante. Conversamos sobre coisas aleatórias, nada de evasivo demais, enquanto tocavam melodias gostosas da banda U2. O tempo todo eu tentei evitar um olhar direto para Will porque, desde que eu o vi na varanda da minha casa pronto para sair comigo, algo em mim se acendeu. No lugar mais intimo do meu corpo.

Lá embaixo.

Estávamos sentados numa área privada do restaurante, na parte de cima. Era um ótimo lugar para uma reserva. O ambiente tinha uma luz fraca, o que me deixava muito mais à vontade. O lugar era sofisticado, com velas sobre as mesas, com cadeiras estofadas e garçons muito bem vestidos. Nas paredes havia artes de todos os gostos, mas que combinavam perfeitamente umas com as outras. Will estava em minha frente, com o rosto apoiado nas mãos, me olhando com atenção. Eu tentava agir da forma mais natural que eu conseguia, mas eu sabia que, se ele me observasse bem, iria notar que eu estava morrendo de nervosismo.

— Já disse o quanto está linda esta noite, Clark?

Senti meu rosto queimar. Queria tocá-lo e esse desejo estava me atormentando. Quando parei para olhá-lo, percebi que ficava ainda mais bonito (e sexy) debaixo daquela luz.

— Boa noite. — um garçom disse ao se aproximar, me arrancando dos meus devaneios. — Querem fazer o pedido?

— Ah, claro. — Will disse, pegando o cardápio na mesa.

Eu não sabia o que pedir, então pedi o mesmo que ele. Poucos minutos depois o mesmo garçom chegou com a entrada; um delicioso creme de alho-poró. Devido ao meu nervosismo a minha fome era inexistente, mas eu precisava comer, pois queria parecer o menos tensa possível. Um pouco depois que terminamos, o garçom voltou com o prato principal: Vitela ao Porto e compota de frutas secas. Era macio, delicioso e, ao mesmo tempo, suave. E isso me ajudou bastante na hora de comer.

— Como se sentiu em seu primeiro dia, Clark? — ele me perguntou poucos segundos depois que o garçom saiu, levando consigo nossos pratos.

Tomei um bom gole do vinho Sancerre, escolha feita por Will. Um ótimo vinho.

— Um pouco perdida, mas sei que vou me adaptar logo. Seu pai é muito querido.

— Sim, ele é, e bastante paciente também.

— Você teve muito trabalho até convencê-lo a me dar o emprego?

Ele sorriu, tomando elegantemente um gole do vinho. Perguntei-me como ele conseguia ser tão refinado assim, espontaneamente.

— Claro que não. Como você mesma disse, meu pai é muito querido. Aceitou logo de cara.

Fingi acreditar, sorrindo para ele.

— Sua maquiagem está linda — ele disse, de repente. — Mas eu ainda prefiro quando está sem nada.

Quando estou sem nada? A frase foi distorcida pelo meu inconsciente. Will realmente me deixava com vontade de ficar sem nada. Em todos os sentidos.

Enrubesci com o rumo que meus pensamentos tomaram.

— Ah, obrigada.

— Por que está vermelha, Clark?

Nem queira saber.

— Estou?

— Está. E eu daria qualquer coisa para saber o que está pensando.

Seus olhos azuis cinzentos me analisavam com a maior atenção do mundo, cuidando cada piscada que eu dava. Meu coração se descompassava dentro de mim e meu sangue borbulhava. Eu estava quase sem saber o meu próprio nome apenas por ficar encarando-o. Meu corpo gritava por ele.

Como eu era antes de você (Hot Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora