— Nós não podemos ficar aqui.
Estava sentada sobre a antiga cama de Treena com as pernas esticadas e as costas escoradas em dois travesseiros. Will estava andando de um lado para o outro nos pés da cama. Estava vestindo uma camisa polo branca e uma calça jeans preta. Não parecia nem um pouco o William Traynor de Londres.
— Por que não? — Perguntei.
— Porque Patrick sabe onde você está. No meu apartamento ele não pode entrar.
Encarei-o e ele parou de andar para me encarar também.
— O que foi?
— Eu não posso deixar meus pais aqui sozinhos... E se Patrick vir até aqui? Ele está maluco.
— Eu tenho ótimos seguranças, Clark. Além do mais tem os policiais que ficam quase vinte e quatro horas aqui na frente.
Falando em seguranças... Como será que está Nathan? Aperto os lábios. Não sei se quero saber. Will começou a andar de novo de um lado para o outro. O maluco agora parecia ele.
— O que foi agora? — Perguntou, parando de novo.
— Nada.
Seus olhos me fuzilaram com tanta atenção que pensei ter encolhido.
— Como está Nathan?
Sua expressão finalmente se suavizou. Será que é porque tem uma notícia ruim para me dar? Então ele sentou-se ao meu lado na cama e, pela primeira vez, parou de se agitar.
— Ele está bem. — Disse e eu respirei aliviada, sentindo meus ombros relaxarem. — Vai receber alta do Hospital nessa semana. O braço dele continua intacto. Vai fazer dois meses de fisioterapia e depois já está pronto para o trabalho.
— Ele vai ficar na sua casa também?
— É claro. Ele mora lá.
Muito bem. Eu confio demais em Nathan e acredito que mesmo com o braço lesionado ele consegue, sim, proteger a si mesmo e também a Will.
— Voltando ao assunto.... — Ele recapitulou, ficando de pé novamente e começando a caminhar de um lado para o outro. Ele não parava de coçar o queixo e acho que essa é a sua melhor maneira de pensar melhor sobre as coisas. — Temos que voltar para Londres ainda hoje.
Engoli em seco. Não estou preparada para deixar meus pais. Ainda mais depois do choque de ontem. Mas acho que já desobedeci demais a Will e tenho que aprender a ouvir. Ok. Não quero pensar sobre isso. Balancei a cabeça mandando os pensamentos para longes. Comecei a prestar atenção na figura em minha frente. O corpo dele, mesmo tenso, continuava lindo. Aquela cintura V, com os ombros largos e a cintura fina, me fazia perder o ar. Tentei me controlar. Sua expressão séria era provocante demais. Será que ele sabe o que está fazendo comigo nesse exato instante? Hm... E ele ainda não me beijou. Não de verdade. Será que ainda está magoado?
— Vou pedir para Laurence vir para cá e vou chamar o... — Ele parou de falar quando olhou para mim. Juntei as sobrancelhas, confusa. — Por que está mordendo o lábio desse jeito?
Estou? Abri a boca levemente e soltei o lábio inferior dos meus dentes. Comecei a sentir calor. Eu devo mesmo estar sentindo essas coisas no meio desse clima tenso? Parece errado.
— O que está acontecendo, Clark?
Estou com um pouco de dor, mas tenho ainda mais vontade de sentir você, Will. Porém, não ousei dizer isso.
— Está tudo bem... Continue... Hã... O que você estava dizendo mesmo?
Ele sorriu. Meu coração tamborilou. Foi um sorriso enorme. Aquele sorriso que ele abria quando achava graça de algo. Espontâneo. Fazia tempo que eu não o via.
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Como eu era antes de você (Hot Version)
RomanceEle era um pesadelo vestido de sonho. E ela sabia disso. Tinha um letreiro enorme escrito "problema" no rosto daquele homem, mas, quando a atração e a obsessão são muito maiores, não há o que fazer. E Louisa não faz nada, apenas se entrega. Caí de c...