Capítulo 18

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Quando chegamos ao edifício envidraçado, uma recepcionista morena, com um rabo de cavalo imenso e elegante, nos recebeu calorosa — até demais, para o meu gosto. Seus olhos não saiam de Will desde que ele entrou e acenou educadamente com a cabeça para ela. Nem mesmo quando caminhou até o elevador antes de nós e apertou no botão. Por que ela está olhando para ele assim? Deve estar sendo profissional, meu inconsciente ressoou, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que ela estava tão abismada quanto eu ao olhar Will. Afinal, eu sempre ficava assim quando eu o via, desde a primeira vez que meus olhos esbarraram nele.

Entramos no elevador e eu me senti aliviada quando as portas se fecharam. Meu Deus, estou indo conhecer o aparamento de William Traynor. Quando eu iria imaginar isso? Nem nas próximas dez vidas, tenho certeza. Engoli em seco, nervosa quando a ficha caiu sobre mim. É, eu estou mesmo aqui. Em Londres, ao lado deste belo homem. Por que é tão difícil de acreditar?

Ergui o rosto e só então percebi que o elevador era rodeado por espelhos. Pelo reflexo, meus olhos cruzaram com os de Will, que já me olhava. Senti meu coração pular. E então eu senti aquele clima entre nós dois de novo. Aquela coisa forte que eu nunca senti antes em toda a minha vida, até conhece-lo. É tão intensa que minhas pernas ficam bambas. Pisco para ele, desnorteada, e ele sorri, divertido e sensual ao mesmo tempo. E isso basta para que eu me sinta como uma adolescente outra vez. Não consigo entender como ele tem este poder tão forte sobre meu corpo, capaz de falar com as partes mais intimas de mim — para ser mais precisa, abaixo da cintura — somente com um olhar. Sinto o ar esquentar, e não sei se é eu ou o elevador. Deve ser a primeira opção. Engulo em seco, descontrolada, e ele sorri mais uma vez, erguendo apenas um lado dos lábios. Ah... Um sorriso torto e terno! A atmosfera no elevador pesa sobre nós, e eu me derreto completamente.

— Meu Deus — ele murmura, finalmente, quebrando o silencio avassalador. — Você também está sentindo, Clark?

Mantenho os olhos em sua íris azuis, agora escuras pela luxuria, e sorrio, tímida.

— Eu sinto, Sr. Traynor.

O ar foge do meu corpo quando Will abaixa os olhos e, ainda pelo espelho, me observa do rosto até os pés, e depois volta, lentamente. Meu sangue ferve em minhas veias e eu peço, silenciosamente, para que ele me toque com urgência.

O elevador para no trigésimo segundo andar e, para a minha surpresa, damos de cara com uma porta grande em um corredor. Inclusive, a única porta dali. Dois lustres baixos estão pendurados no teto e uma mesinha de vidro está ao lado da porta, com um vaso de flores sobre ela, o que parece ser muito aconchegante. Will, ainda com a mão em minha cintura, passa o cartão ao lado da porta e ela se abre automaticamente. Sou arrastada para dentro por ele e perco o resto de fôlego que ainda tenho. Uau! O lugar é incrivelmente bonito. Logo na entrada damos de cara com uma sala imensa, com dois sofás grandes e beges, de teto branco e com luzes postas em lugares estratégicos. Dois lustres brancos também estão pendurados no meio da sala de estar. O chão é de um assoalho de madeira clara e um tapete enorme e bege está por quase toda a sala. Têm flores verdes decorando, uma televisão grande logo acima da lareira, vários quadros de pinturas chiques pelas paredes brancas e, para finalizar, um janelão do teto até a janela, que dá visão à toda cidade de Londres e ao rio Tâmisa. Resumidamente, é um lugar descomunal e que eu nunca nem conseguiria imaginar de tão luxuoso e belo que é.

— Aceita uma taça de vinho, Clark? — Will me pergunta, tirando o casaco dos meus ombros, fazendo-me voltar à realidade.

— Ah, sim, claro.

Acompanho-o com os olhos e permaneço parada ali, no meio da sala. Nem havia me dado conta que, logo ao lado, há uma cozinha também gigante, e linda. Um balcão branco separa as mobílias da cozinha, também branca, com leves detalhes de um marrom escuro. É tudo tão luxuoso que me faz abrir a boca em um O perfeito. Will move-se tranquilamente pela cozinha, abre a geladeira, pega uma garrafa de vinho e ergue um dos braços para alcançar duas taças cristalinas. Parece familiarizado e aconchegado com o lugar. Com certeza, está contente por estar em casa, e notei que isso o deixa jovial e, olhando daqui, nem parece um empresário riquíssimo e sério. Ele volta a se aproximar e me convida para sentar no sofá. Desajeitadamente, com as pernas bambas pelo clima quente entre nós dois e agora pelo apartamento magnifico que ele tem, me dirijo até o sofá, logo atrás dele, e sento-me ao seu lado. Hum... É macio. Com certeza, melhor que a minha cama.

Como eu era antes de você (Hot Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora