Capítulo 17

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Ficamos abraçados por uns dez minutos...hum...vinte, talvez? Realmente não faço ideia. Tudo o que sei é que eu não via mais ninguém além de mim e William enquanto eu estava em seus braços. Não parei de me perguntar um minuto sequer o motivo de eu me sentir tão segura com Will, como se ele fosse capaz de vencer o mundo. Talvez eu estivesse me sentindo assim porque ele já me provou uma vez que é capaz de desarmar com toda a coragem de Patrick e manda-lo para bem longe, coisa que eu não consigo fazer, por mais que eu queira. Será que ele deve saber do meu ex namorado sem noção? Hum... Acho que o encontro com Patrick bêbado já é o suficiente. Além do mais, estou bem longe dele agora. Não quero atrapalhar o meu momento de felicidade com minhas preoucações sobre Patrick. E também não vou falar sobre isso com Will, porque sei que ele é uma das pessoas que iria querer interferir, assim como minha mãe.

Apertei mais os braços ao redor dele, agradecendo aos céus ou sei lá a quem, por tê-lo aqui perto de mim. É somente isso que me importa agora. É exatamente disto que sempre precisei.

Alguém pigarreou perto de nós e, sem nem um pouco de vontade, desgrudei a cabeça do peitoral de Will e virei o rosto, vendo Treena, sem jeito, nos olhando com aqueles imensos olhos verdes enquanto Thom estava escorado em suas pernas, abrindo a boca, sonolento... Ah, ele deve ter cansado muito.

— Hã... Acho que devemos ir — murmurei contra a minha vontade, notando que os sons do restante do mundo voltou a entrar por meus ouvidos e que, agora, eu passei a enxergar as outras pessoas ao nosso redor. Uau, elas sumiram por todo tempo em que estive abraçada com Will! Virei-me para meu Deus Grego da Confusão e, surpresa, percebi que ele já estava me olhando, com a cabeça inclinada para o lado, docemente admirado. Meu coração bateu forte e eu derreti completamente. — Will, precisamos ir para casa. Thomas está cansado, e estamos com fome. Nos falamos mais tarde.

Hum, espera... Como iremos nos falar se estou sem celular? Engoli em seco, tentando, inutilmente, procurar alguma solução.

— O que acham de jantar antes? — ele perguntou, mostrando nitidamente que não queira que eu fosse embora agora. — Eu levo vocês em casa.

Olhei para Treena e tentei obter uma resposta em silêncio.

— Claro — ela disse, sorrindo, e abaixou-se para falar alguma coisa com Thomas.

Ergui os olhos e fitei Will, que sorria para minha irmã e meu sobrinho, aparentemente maravilhado com o que via.

— Conhece algum lugar por aqui? — perguntei, fazendo-o piscar e me olhar de novo.

— Ah, claro. Vamos. Meu motorista está nos aguardando.

O que? Ele tem um motorista? Ah, claro que tem. Ele é o filho do dono do Castelo e, até onde eu sei, é um empresário muito bem renomado. Tentei me recompor, como se o fato de ele ter um motorista particular à sua espera onde quer que vá não tenha me surpreendido.

Vinte minutos mais tarde, o motorista de Will, que até agora não sei o nome, encostou o Maybach Exelero preto ao meio fio, e descemos todos do carro, entrando diretamente no restaurante. Não sei como, mas já havia uma mesa para quatro pessoas reservada na parte superior de um restaurante finíssimo, e me perguntei como Will fazia isso — e como ele pode me trazer aqui usando calça jeans e um moletom preto. Envergonhada, sentei-me na cadeira ao lado dele, olhando, boquiaberta, ao meu redor. Tudo é absolutamente lindo e está colocado em seu perfeito lugar. As luzes são baixas, com lustres de cristais, e as paredes tem cores douradas, brancas e purpura. Um lugar que eu provavelmente gastaria o meu salário inteiro. Por pensar em dinheiro, me remexi na cadeira, desconfortável... Será que meu dinheiro é capaz de pagar um jantar aqui?

Como eu era antes de você (Hot Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora