Capítulo 15

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A semana arrastou-se e me deu a impressão de que se passou um mês, e não apenas cinco dias. Para a minha felicidade, é sexta-feira, e é fim do meu expediente no castelo, o que significa que terei um final de semana inteiro para descansar... Ou para atormentar-me com meus pensamentos inoportunos.

A passagem que ganhei de "presente" de Will é para amanhã. Se eu não embarcar naquele avião amanhã às 10h, eu não terei dinheiro para comprar outra passagem, caso mude de ideia ou me arrependa mais tarde. E talvez também esgote todas as chances que ainda tenho com o meu Deus Grego da Confusão. Aliás, será que ainda tenho alguma chance sequer? Não nos falamos desde o dia em que ele me ligou e me implorou para encontrá-lo. E isso me fez pensar seriamente em ficar. Afinal de contas, se ele realmente me quer como diz, iria pelo menos se importar em falar comigo, não iria?

Eu mesma pedi para ele me dar um tempo, meu inconsciente me repreendeu, bravo. Fechei a cara. O que é que devo fazer? Ir ou ficar? Enfrentar meus medos ou nunca saber como seria se eu fosse até Londres?

Estava no ônibus indo em direção ao centro da cidade depois de uma despedida calorosa do Sr. Traynor. Minha ideia era ir tomar um chocolate quente na cafeteria e pensar um pouco mais. Precisava tomar alguma decisão e me sentia perdida, quase cega, tentando desvendar o meu próprio futuro se optasse por ir até William. Seria muito errado não ouvir meus pais? Será que alguma coisa finalmente se resolveria e o que eu e Will temos finalmente seria esclarecido?

Senti meu celular vibrar em meu bolso, e eu paralisei, a boca seca. Sabia quem era. Assim que segurei o celular em meus dedos, tive certeza. É ele. William.

— Louisa — murmurei, rouca, completamente apavorada. Não estava esperando por uma ligação dele, muito menos na véspera do dia que eu deveria ir para Londres.

— Boa tarde, Clark — ouvi a voz dele. Ah, essa voz... Os pelos do meu corpo se arrepiaram. Estava com saudade de ouvir ele. — Já se decidiu?

Ouvi a respiração dele pesar do outro lado da ligação e soube que ele também ouvia o mesmo som onde quer que estivesse. Fechei os olhos, sentindo meu coração na boca.

— Ainda não, Will...

— Clark, por favor...

Não me chame assim, pelo amor de Deus!

— Eu não sei se é certo.

Na verdade, tenho medo de me machucar. Estou pesarosa de chegar lá e perceber que tudo o que ele quer de mim é sexo. Se bem que sexo ele encontraria em qualquer lugar... Ou talvez eu seja o seu alvo mais fácil.

Parei de pensar. Não quero pensar sobre isso agora.

— É a única coisa que eu peço à você, Louisa. Por favor, venha. Fique comigo. Eu preciso de você.

Suas palavras repetiram-se em minha mente, pesadas, cheias de emoção. Fique comigo. Eu preciso de você. Ah, se ele soubesse o quanto preciso dele. O quanto preciso sentir a intensa sensação quando ele está perto de mim.

— Me de mais tempo para pensar — pedi, ouvindo minha voz embargada, perguntando-me porque isso mexia tanto comigo.

— Mais tempo quanto? A passagem é para amanhã. Por favor, pense nisso. É só isso que eu estou te pedindo.

Engoli em seco, sentindo meu coração pulsar em meus ouvidos. Meu Deus! Ele realmente está pedindo que eu vá? Parece estar sendo sincero. Me encolhi no banco, dentro da minha própria bolha, perguntando-me, sem parar, porque isso estava sendo tão difícil de decidir.

Como eu era antes de você (Hot Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora