Capítulo 12

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O dia foi longo na recepção do Castelo. Não fiz muitas coisas além de organizar as entradas de comidas da lanchonete e depois registrar no máximo vinte visitas. Estava tudo espantosamente calmo. Li algumas revistas no meu tempo livre depois do almoço e em seguida fiquei encarando a tela do iMac com uma linda foto da entrada do Castelo, com aquela porta gigantesca que, se aberta, cairia lindamente sobre o chão, formando uma ponte, assim como em filmes. Mas eu nunca a vi aberta.

Por outro lado tentei não pensar em Will. A negação do orgasmo de hoje de manhã me deixava agoniada e me fazia desejar por gozar logo. Nunca pensei que me importaria tanto com isso como estou me importando agora. Mas acontece que tudo, absolutamente tudo que ele faz, mexe comigo e com todas as minhas emoções. É como se ele me fizesse entregar-se completamente para ele, sem pensar nenhuma vez sobre isso.

Também mantive meus pensamentos afastados dele para não sentir o nervosismo antecipado por mais um convite de sair com ele durante a noite. Adoro esses nossos encontros. São às escondidas e isso é excitante. Para onde ele me levaria hoje? Will sempre me surpreende. Mas espero que dessa vez não seja na casa dele, pois acredito que não teria a mesma sorte de ter os pais dele fora novamente. E eu não estava a fim de gemer para meu patrão ouvir.

O pensamento me fez corar. Apertei as pernas, sentindo um desejo ardente no meio das delas.

— Olá, Clark.

Pulei da cadeira. De onde ele veio? Olhei para trás, assustada, e lá estava ele, escorado distraidamente na soleira da porta atrás da recepção, com um sorriso travesso no rosto. Por quanto tempo ele estava me observando?

— Ah, oi, Will.

— Como está?

— Estou bem, obrigada. Está aí há quanto tempo?

— Cheguei agora.

Respirei aliviada. Bom, pelo menos ele não me viu contorcer-se toda.

— Seu pai não vem hoje, né?

— Não, não vem. Inclusive, estava falando sobre isso com seu pai.

Arregalei os olhos sem conseguir controlar isso. A imagem de meu pai e Will conversando me deixava aflita, não sei porquê.

— Ele é muito gentil, por sinal. E tem ótimas mãos para jardinagem.

— Ah, papai sempre foi bom nessas coisas.

— Ele deve ser bom em ser meu sogro também. — murmurou rapidamente as palavras e em seguida tossiu, mandando para longe todo o som das palavras, me deixando confusa.

— O que?

— Nada. Eu não disse nada.

Ele disse que meu pai poderia ser o sogro dele ou eu ouvi errado? Certamente, ouvi errado.

Entretanto, Will sorria divertidamente. Seus olhos azuis cinzentos fechavam-se de maneira meiga, dando a ele um ar de menino sapeca. Gostei de ver essa sua versão. Era reconfortante e, de alguma maneira, desabrochava algum sentimento de felicidade dentro do meu peito. Como eu podia me sentir assim, tão bem, apenas por ver alguém sorrir?

— Está tudo certo para hoje à noite?

— Hm... Talvez.

— O que está te impedindo, Clark?

Aproximou-se aproximou de mim e essa quebra de barreira entre nós me fez perder o ar. Puxou uma cadeira e sentou-se atrás de mim, depois girou minha cadeira para que eu ficasse de frente para ele. Apoiou os cotovelos nos joelhos e, assim, recostou o rosto nas mãos. Seus olhos me examinavam de maneira tão doce que me deixava leve.

Como eu era antes de você (Hot Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora