Capítulo II - Prof° Cameron

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  Já haviam se passado dois meses desde a morte de meus pais, porém, ainda não os esqueço. Lily havia mudado desde a morte deles, agora era uma mulher mais simples e humilde.

Hoje era meu último dia de férias, e eu estava deitada preguiçosamente no sofá da casa de Eric. Havíamos nos aproximado bastante, de modo que eu poderia chamá-lo de melhor amigo, ou talvez, irmão.

Ele arrumava casa, enquanto eu reclamava da programação local, que no caso era: Uma sonda espacial capta sons como vozes vindas da lua.

- Mas que droga, viu… - Resmungo, desligando a televisão. - Esse povo realmente acha que vão conseguir achar alienígenas? Iludidos!

- Valentina pelo amor de Deus, você fala muito! - Eric falou, se jogando no sofá da frente do meu.

- Cale a boca, Eric. - Rolei os olhos para cima. - E cuide da sua própria vida.

- Grossa. - Disse fingindo uma expressão triste. - Acho melhor você ir embora, Tina. Meus pais já estão chegando e você sabe o resto, né...

Os pais de Eric, James e Miranda, desde que eu me entendo por gente, me odeiam. Motivos? Não sei, sou lenta demais para criar teorias.

- Hm… - Resmunguei ficando de pé. - Até mais, Eric!

- Até, querida.

***

Meu despertador tocou, fazendo soar um 'bip' irritante, joguei-o contra a parede. Com a maior força de vontade que tinha, me levantei de minha macia cama e fui tomar banho. Sai já pronta - o quê no caso significa, blusa preta, calça preta e coturno preto - e penteei meus cabelos castanhos curtos com pressa.

Desci às escadas e encontrei Lily já pronta. Me confunda com um ovo, porque eu choquei quando vi minha irmã. Ela usava um vestido com estampa floral, sandálias de dedo na cor bege e seus cabelos estavam trançados.

- Há quanto tempo, não é, mana? - Ela deu uma risadinha. - Estava sentindo falta de usar roupas coloridas.

- Hãn... - Fiquei completamente sem fala diante do esplendor que era Lily. - Vamos?

Ela gargalhava, caçoando-me.

- Não precisa ficar com inveja, Valentina. Até porque você nunca chegará aos meus pés! - Finjam que vocês não leram o final do primeiro parágrafo, Ok? Obrigada! - Mas, vamos.

“Víbora” Pensei, trincando os dentes. “Pensei que ela tivesse mudado!”

- Vamos logo!

***

Na hora do intervalo da escola, eu costumava ficar com Sophie, uma amiga bem…retardada e também com Eric, que também não era tão normal.

Pegamos nossa bandeja com comida e fomos sentar nos bancos do jardim do colégio. Porém Sophie teve um chilique quando viu uma joaninha, e derrubou suco de uva na minha camiseta.

“Sorte que é preta!” Eric tinha dito, numa crise de risos. Eu tinha dado um murro no meio da cara dele.

Enquanto eu caminhava pelo corredor lotado, vi de relance o grupo que Lily 'liderava'. Haviam cerca de três garotos e umas cinco garotas, contando com Lilyan. Como eu mesma apelidará, “Os encrenqueiros e as vadias”.

Cheguei ao banheiro, que por sorte estava vazio e limpei minha blusa, até não ter cheiro de uva. Quando sai, fui direto ao chão, num empurrão. Eram Keller e Madson, do grupo 'Os encrenqueiros e as vadias'.

- Aish, olhem por onde andam! - Disse, mesmo sabendo que foi proposital.

- Quem você pensa que é para falar assim, guria? - Falou com sotaque brasileiro, Madson. Ela tinha cabelos negros e longos e olhos verdes-olivas, além de usar uma saia que mostrava o útero.

- Deixe-a, Maddie. Afinal, você mesma empurrou-a! - Keller falou, provando que tinha massa encefálica na cabeça.

- Vai defender essazinha, Kell? - Incredulidade, era o que se via na expressão de Madson. - Sua ridícula! Olhe o que fez!

“Eu acho que ela é meio doente, será que precisa de ajuda? Um psiquiatra, talvez?”

- Eu? - Pergunto confusa.

- Você! - Ela iria me atacar, se não fosse por um jovem que a impediu, bem no momento em que o sinal bateu.

Keller e Madson saíram apressados, mas eu pude ouvir Keller dar uma bronca nela. “Bem feito!”. Virei-me para frente, olhando para o garoto que havia me ajudado. Tinha cabelos negros e brilhantes olhos azuis, um garoto muito fofo, porém forte.

Fiquei surpresa quando olhei para seu cartão de identificação, que dizia:

Cameron Daniels
Educador da matéria Informática
Cadastro desde o dia 01/03/2069

- Você é professor? - Perguntei, sem conter minha curiosidade.

- Sim. E por acaso estamos atrasados, senhorita Hale!

Estranhei ele saber meu sobrenome e minhas grade de aulas, mas o segui.

***

A sala toda parou de conversar quando nos viram entrando, garotas suspiraram e garotos reviraram os olhos, menos Eric que me lançava um olhar indecifrável.

Caminhei até minha mesa, e minha dupla - Sophie, no caso - me olhava maliciosa.

- Não é nada disso do que está pensando, sua louca! - Defendi-me de seu olhar acusador.

- Sei… - Falou.

- Desculpem o atraso, mas tive que resolver problemas com alunos. - Ele me olhou de relance. - Mas vamos lá, peguem seus notebook's!

O meu já estava aberto, e eu havia conseguido hackear o sistema wifi da escola, em menos de dois minutos. Sophie me olhou, como se perguntasse "tá, o que eu faço agora?"

Como se Cameron lesse mentes, ele disse : - Agora vocês vão tentar criar senhas criptografadas e anagramas! Dou-vos vinte minutos a partir de agora!

Como se esperassem somente por aquela afirmação, todos os alunos, sem exceção, começaram à digitar em seus computadores. Terminei a atividade proposta, em cinco minutos, com os nós dos dedos doendo.

- Professor! - Ele olhou para mim. - Terminei. - De uma maneira estranha os olhos dele brilharam, e eu consegui ver as engrenagens funcionando na mente dele.

- Ah, claro!

O sinal tocou, fazendo todos saltarem das cadeiras e pegarem suas coisas, eu iria sair mas fui barrada por Cameron.

- Valentina Hale, precisamos conversar.

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   Obs: Para fazer a Sophie, me inspirei em tu Mariana.

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