Capítulo VI - Tristeza

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Treinamos por várias horas consecutivas, com armas de fogo, espadas e outras armas brancas, lutas corporais e fizemos vários exercícios físicos.

Me sentia completamente exausta e sedentária.

Sophie não estava num estado diferente. Estávamos jogadas no chão da sala, ensopadas de suor. John, vendo nosso estado, pela primeira vez no dia, - ou noite- riu.

- Já estão cansadas? - Riu John, nos zombando. - Pois saibam que mal começamos!

- Que horas são, John? - Perguntei arfando devido ao cansaço.

Ele olhou para o seu relógio digital e riu novamente.

- Duas horas da tarde, senhoritas. - Eu e Sophie resmungamos em conjunto. - Temos ainda cinco horas para treinarmos! - Exclamou animado.

- Yah, Johnny! Você não se cansa? Não tem dó de nós? - Perguntou Sophie.

- Não. - John respondeu, simplesmente.

Depois de um intervalo de trinta minutos: "Uma hora? Pra quê quarenta minutos sendo que trinta está bom?" Voltamos a nossas atividades - vulgo treino de ninjas japoneses - 1% descansadas.

John nos fez fazer 100 abdominais e 100 flexões de braço, que com muito esforço conseguimos. Sem tempo para pausas, o asiático saiu para fora do tatame que havia no local e nos entregou espadas leves, fáceis de serem manuseadas.

- Por Deus, Johnny! - Assustou-se Sophie. - Quer que lutemos uma contra a outra?

Ele negou, veemente.

- Vocês não irão lutar entre si, - Disse e logo completou. - Mas sim contra eles!

E como em um passe de mágica, cerca de quinze homens - espadachins - nos rodeavam. Eu e Sophie ficamos de costas, uma protegendo a retaguarda da outra.

"Como surgiram tão rápido assim?! " Indaguei mentalmente. "É impossível serem reais!"

Fui para a ação quando me vi no meio de quatro homens, com minha fina espada atingi locais estratégicos, tais como mãos e braços; pernas e o tórax.

Para minha surpresa, quando atingia algum desses locais do corpo, as pessoas viravam uma espécie de fumaça e sumiam.

- Hologramas em 3D... - Murmurei à mim mesma, completamente absorta aos outros dois 'falsos homens' que me atingiram no mesmo momento, braço e coxa.

Fiquei desconfortável quando senti ondas percorrerem o lugar onde fui atingida, como um choque.

- Fim do teste! - Gritou o asiático.

- Mas que droga de teste é esse, japonês?! - Berro indignada. - Eu levei dois choques, seu petulante!

- Era só pra ver se vocês aprenderam algo. - Falou andando até onde Sophie se encontrava, agachada no chão, lamentando o choque no braço. - E pelo visto não aprenderam nada!

- Aiiin. - A loira resmunga. - Johnny isso é coisa que se faz com uma dama?

- Que dama? - Nossa, que vontade de dar um soco na cara de um asiático denominado Nakamoto John. - Não vejo nenhuma!

O que eu não fiz, a retardada da Sophie fez por mim. Ela começou a correr atrás dele com um tênis na mão e outro no pé, e ele se divertia desviando facilmente e aumentando seus passos rapidamente.

- Hey, hey! - Gritou alguém. - Que zona é essa, John? Isso não era um treino? - Revirei os olhos quando percebi que era Cameron. Carinha chato, viu?

- Era, cara, era! - John falou, usando o corpo do outro garoto como escudo humano, para se proteger de um tênis na cara.

Sophie, alheia à chegada do mais velho, atirou o tênis, que atingiu em cheio a testa do moreno de olhos azuis. Quando percebeu o que fez, ela corou e sua boca se escancarou.

- Cameron! - Exclamou. - Me desculpa! Achei que fosse Johnny!

- Tá tudo bem Sophie! - Deu meia volta irritado.

Esperamos ele sair e quando olhei para cara de John, não me contive e comecei a gargalhar alto, sendo acompanhada pelo mesmo, ainda ri mais ainda olhando para Sophie aflita.

- Ai! Isso não era para ter acontecido! - Gritou para si mesma. - Se ele me odiava agora vai odiar mais ainda!

- Não vai odiar não, Sofy! - Falei limpando uma lágrima que havia escorrido de meus olhos,enquanto ria. - Ele só vai ficar com uma testa vermelha!

***

Depois do pequeno ocorrido, John nos deixou com outra treinadora, Helena Smith. Ela tinha cabelos castanhos escuros, olhos meio acinzentados e cerca de 35 anos de idade. Ela era legal, até demais!

Treinamos o dia inteiro e logo fomos comer e por fim, dormirmos.

***

Valentina Off/ Sophie On

2 meses. Sim, já havia se passado todo esse tempo. Eric ainda estava sumido e eu cada vez mais sem esperança.

Deus nos abandonará, principalmente ao garoto. Ele era tão doce! Não merecia aquilo nunca!

- Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? - Era frase que eu repetia todo quando acordava.

Caminhei até o refeitório e me sentei afastada, consegui sentir os olhares de Valentina e John em minha direção, mas os ignorei.

Minha rotina era monótona: Acordar, treinar, comer e dormir. Já não possuía um corpo magro, mas também não era tão musculosa. Tinha conseguido músculos nos braços e outras partes, como pernas.

Não notei quando um senhor sentou ao meu lado.

- Sabe, garota - Começou a falar. - Quando eu tinha sua idade também perdi a pessoa que amava, por isso foquei-me somente na raiva, assim como você.

- Quem é você? - Tentei não soar grosseira, mas falhei miseravelmente.

- Sou Anthony Alexander, Sophie!

Soltei uma exclamação, diante da revelação do homem. Só então notei, ele é o Martin pai, ambos são completamente parecidos. Com cabelos castanhos e olhos na mesma cor, somente as rugas, alguns fios brancos na cabeça e a evidente tristeza de seus olhos os diferenciavam.

- Nossa! É um prazer, senhor! - Disse.

- Sei que sente falta de Eric, mas tente voltar a falar com seus amigos, eles te amam. Principalmente a garota. Volte a ser feliz! - Exclamou.

- Senhor Anthony, como posso ficar feliz sabendo que Deus me abandonou? - Pergunto com lágrimas me enchendo os olhos.

- Deus não te abandonou, querida.

"Deus nunca abandona, Sophie. Ele nos ensina com nossos próprios erros, Ele só quer seu bem. Deus não te quer triste, somente quer que você tenha fé! Fé de que Eric está vivo e forte! Afinal, Deus não nos faz mal, só nós nos
fazemos mal, uns contra os outros.

Quando tinha 21 anos, sua idade, perdi a pessoa que amava para outro, mas ela estava grávida de um filho meu. Meses depois, descobri que não era um, mas sim dois. Um casal de gêmeos! Entrei em contato com ela e fizemos um acordo, eu ficaria com o garoto e ela com a menina, assim fizemos. Nunca encontrei minha filha nem sua mãe, e nunca mais fiz questão. Sabe o que quero dizer com isso, Sophie? Nós não precisamos conviver com uma dor que nos põem para baixo, você precisa voltar a ter sua vida normal e feliz, junto com seus amigos! Tenho certeza que Eric não quer te ver triste por causa dele, ele te ama. Não digo isso para que se esqueça dele, mas para que saiba que você tens pessoas no seu lado. Passar bem!"



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MarianaAbreu540
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