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Flashback On ~ (Amy, 10 anos)

-- Mãe? Pai? Cheguei! - falo entrando em casa e indo na direção da cozinha -- Mãe? Está aí?

Vejo sobre a mesa um pequeno bilhete.

"Minha querida, fomos para o médico ver como anda o seu irmãozinho, não chegaremos muito tarde, se cuida.. Beijos mamãe e papai "

Coloco o mesmo onde o encontrei e vou para o meu quarto, minutos depois ouço a porta sendo aberta e uma gritaria, saio do quarto para ver o que esta acontecendo. Assim que estou descendo as escadas, mamãe aponta para mim com muito ódio estampado em seu rosto.

-- Você, foi por sua culpa - diz chorando vindo na minha direção -- Você, EU ODEIO VOCÊ!

Não sei o que estava acontecendo, nem porque mamãe tinha falado aquilo, no mesmo instante eu comecei a me sentir culpada. O que eu tinha feito? Porque ela me odiava tanto? O que estava acontecendo?

-- Me desculpa, mãe! -- falo chorando -- Desculpa -- vou me aproximando dela com calma, era como se eu estivesse lidando com um tigre faminto e estivesse implorando para ele não me atacar.

No mesmo instante que cheguei mais perto e a toquei no braço, sinto um impacto no meu rosto, ela havia me batido, com muita força.

-- FICA LONGE DE MIM! -- ela fala -- Você o matou. VOCÊ É UMA ASSASSINA!

-- Não, mãe -- falo chorando e negando com a cabeça, dando pequenos passos pra trás.

-- Querida, vá para o quarto.. Se deita e me espera lá -- diz meu pai me abraçando forte.

Fui para o meu quarto, fiz o que ele havia mandado, eu ouvia gritos, choros e com alguns minutos um silêncio reinou naquele lugar.

Estava deitada na cama, quando ouvi a porta do meu quarto sendo aberta, me sentei e olhei para o homem que estava a minha frente.

-- A culpa foi minha pai? O que fiz? Eu matei quem? -- meu pai sentou ao meu lado na cama.

-- Querida, a culpa não foi sua, você não matou ninguém -- diz me abraçando, lágrimas ainda caíam dos meus olhos.

-- A mamãe disse que eu matei -- sinto mais lagrimas caírem -- Porque eu?

-- Não foi você, ela só estava de cabeça quente quando falou aquilo. -- eu sei que isso não justificava a acusação que ela havia feito contra mim, mas eu preferi ficar quieta.

-- E cadê ela agora? Onde ela esta? -- confesso que eu estava com medo dela entrar furiosa em meu quarto e tentar me estrangular, ela estava fora de si, maluquinha do juízo, e sabe... Pessoas assim são capazes de fazer qualquer coisa. 

-- No quarto, descansando -- ele olha nos meus olhos -- Preste bem atenção, Amy. -- disse tristemente.

-- Papai? Quem morreu? -- eu estava curiosa pra saber, mas também estava com medo de descobrir a resposta.

-- Lembra que a sua mãe estava grávida? -- balanço a cabeça afirmando -- Então, aquele bebê -- ele faz uma pausa -- Não sobreviveu.

-- E porque não? O que fez ele morrer?

-- Querida, o médico disse que foi por algum impacto que a sua mãe teve, susto, algo que ela tomou ou coisa do tipo -- ele olhou para mim com um olhar firme -- Eu tive que dar calmante para ela dormir.

-- Eu sinto muito, pai -- abaixo minha cabeça -- Eu sempre quis ter um irmãozinho e quando eu ia ter, ele morre.

-- Não fica assim meu anjo -- ele me abraça com carinho.

~ A Suicida E O Psicopata ~ (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora