Luke
Eu estava entrando na cantina quando ouvi um barulho e parecia gritos, assim que coloquei os pés na porta, vi a Amy e o Austin indo na direção da mesma, eu via o desespero nos olhos dela, olhei para os braços dele e seu punho estava fechado não dava pra vê o que ele segurava, ele estava vermelho de ódio, ela deve ter feito algo com ele.
Quando vi que ele estava perto dela, não me contive, não pensei duas vezes e atravessei na frente dela, abracei a mesma e a única coisa que senti foi um murro que ele havia me dado no estômago, na mesma hora, cair no chão e começou a sair sangue da minha boca e da minha barriga.
" EU VOU MATAR ESSE FILHO DA PUTA "
Me levantei para ir atrás dele, mesmo com muita dor, eu queria matar ele ali mesmo, na frente de todos, mas quando eu ia saindo sinto uma mão no meu ombro e quando virei o rosto vejo a Amy, com cara de assustada, ela colocou a mão no meu rosto, o que me fez acalmar.
Não ouvi muito o ela estava falando, pois estaca concentrado olhando em seus olhos castanhos, a dor foi aumentando e eu coloquei a mão na barriga, a mesma me levou para a enfermaria, eu queria que ela me acompanhasse mas, a enfermeira não deixou, e eu fui sozinho para a sala.
- Deita aqui garoto - a enfermeira aponta para a maca e eu me deito - onde dói?
- No estômago - falo mas, minha voz quase não sai.
- Tira a camisa, deixa eu ver o que houve - faço o que ela pediu e ela examina - nossa.
- O que foi? - conseguir falar normalmente.
- Você foi cortado e... desculpe falar isso mas, você tem um tanquinho e tanto - diz e começa a me alisar.
- Nas, não é para seu bico - falo - faça o seu trabalho, ta doendo.
- Grosso - ela continua e faz um curativo- já pode colocar a camisa.
- Tá - visto a camisa - Iae? - pergunto.
- Consegue respirar normalmente?
- Não muito, o ar falha.
- Vou colocar você no soro, se ficar sem, você poderá sentir alguma dor mais forte, o remédio estará em seu soro e você terá que passar a noite aqui, certo?
- Certo - falo.
- Tudo bem - ela pega uma prancheta - qual seu nome?
- Luke Evans - falo.
- Idade?
- Dezoito.
- Qual sua turma?
- 3 ano A.
- Tem algum acompanhante?
- Tenho a Amy - falo - já que irei passar a noite aqui, pode chama-la?
- Claro, meu plantão acaba daqui a 10 minutos - ela fala - irei colocar o soro no seu braço com o remédio.
- Tá - sinto a agulha entrando na meu braço.
- Se caso sinta alguma dor pela madrugada e sua amiga estiver aqui com você, chama a outra enfermeira, ela virá ajuda-lo.
- Viu, chama a Amy por favor.
Ela sai e eu continuo deitado, com o soro no meu braço e olhando para o teto, a porta se abre e vejo a Amy, ela entra e me encara, ficamos conversando por alguns minutos e eu acabo dormindo.
~~~~~~~~~~~~~~
Acordei e estava a tarde, olhei em um relógio que se encontrava na parede e eram 16:40, olhei para o lado e o soro que estava no meu braço, não estava mais, deveria ter acabado e a enfermeira tirou.
Olho para o lado e vejo a Amy sentada em uma poltrona que estava ao lado da "Cama" que eu estava, ela parecia um anjo dormindo, tão linda, por mim eu ficaria vendo a mesma dormir até o resto da minha vida.
Não demorou muito e ela acordou, eu ainda a olhava, ela esfregava os olhos e depois se ajeitou na poltrona, quando viu que ela a observava ela deu um pequeno sorriso.
- Boa tarde - falei.
- Boa, como se sente? - pergunta.
- Um pouco melhor - falo.
- Vai poder ir pra casa que horas?
- Amanhã de manhã, estamos liberados das aulas de amanhã.
- Porque? Eu também?
- Sim, você é minha acompanhante, terá que cuidar de mim.
- Nossa, eu acordei você?
- Claro que não, eu já estava acordado - falo - acho melhor você ligar para sua mãe, ela deve está preocupada com você.
- Minha mãe? Claro que não.
- Porque?
- Ela não se importa comigo, a única pessoa que se importa comigo é o meu pai.
- Porque ela não gosta de você?
- Ela diz que eu matei o filho que ela guardava no ventre.
- Mas, como? O bebê não estava dentro dela?
- Estava, é meio confusa essa história.
- Pode me contar? Temos todo o tempo do mundo.
- Claro - me sentei e ela se sentou a minha frente na "cama".
- Se quiser já pode começar.
- Tudo começou quando morávamos na antiga casa, quando eu era menor todos me davam atenção, eu era a alegria da família, no começo desse ano minha mãe descobriu que estava grávida, todos estavam felizes, inclusive eu, sempre quis ter um irmão ou irmã.
- Você era a favorita da família, continue.
- Minha mãe quando sentia dores, ela mandava sempre eu ir pegar um remédio para ela, para dores, e ela tomava, meu pai trabalhava porque é policial investigativo, depois de 3 meses de gravidez minha mãe achou estranho o bebê não ter se desenvolvido e foi para o médico com meu pai, e lá descobriu que ele estava morto - eu via algumas lágrimas caírem dos olhos dela e comecei a enxuga-las.
- Se não quiser continuar, tudo bem - falo.
- Não, está tudo bem.. - ela da um leve sorrisinho.
- Tudo bem.
- Eu estava no quarto quando ouvi uma gritaria no andar de baixo e fui ver o que era, quando cheguei lá minha mãe veio correndo na minha direção dizendo que eu havia matado o bebê dela, dizendo que eu era uma péssima filha, e falando um monte de coisa, meu pai mandou eu ir para o quarto e eu fui, daquele dia em diante eu comecei a me mutilar, sempre que tenho raiva ou estou triste, depois de alguns dias nos mudamos pra cá, eu sumi por 24 horas e a única pessoa que foi me procurar, foi meu pai.
- Isso é triste Amy mas, você tenta se matar?
- Sim - fala - já tentei 3 vezes.
- Não deveria, não acabe com sua vida por causa de outra pessoa, essa pessoa pode não merecer.
- Eu não consigo me controlar - diz.
- Mas, irá - abraço a mesma.
" Confesso que não sabia que isso acontecia com ela, ela é forte por suportar esse tipo de coisa, uma mãe que a maltrata, sofre bullying pelo que vi e ouvi hoje, não tem amigos além de mim, ela é uma verdadeira guerreira e eu irei ajuda-la e protege-la de qualquer coisa e de qualquer pessoa "
Ela se levantou e foi ligar para o pai, eu me deitei, a enfermeira chegou e injetou algo no meu braço, depois de alguns minutos vejo a Amy chegando com um sorriso no rosto e eu acabo dormindo por conta do remédio, a única coisa que sinto antes de apagar de vez é um beijo sendo depositado em minha testa.
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Luke na mídia
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~ A Suicida E O Psicopata ~ (Em revisão)
Mystery / ThrillerCapa: @Srt.LobaWhite 💙 Decepção da família, Excluída, Esquisita, você não é ninguém Palavras que ouço sempre, pelas pessoas que estão ao meu redor, que dizem que se importam mas, não passam de pessoas curiosas para saber sobre minha vida miseráv...