Mocha

22.5K 3.8K 919
                                    

Jimin vivia agora numa rotina na qual ele já se havia habituado. Acordar, abrir a cafetaria, servir o homem rude de roupas caras às 8 da manhã, trabalhar o resto do dia, dormir, e começar tudo de novo no dia seguinte. Jimin se acostumou também a um novo hábito: Pensar no porquê daquele homem fazer parte da sua rotina.

Era inútil passar seu tempo pensando nisso, e céus, como ele sabia disso. Mas aquele homem o incomodava como um mosquito que ficava zumbindo em seus ouvidos. Porque ele não acha meu café especial?

Aquele mistério não podia mais atormentar sua cabeça. Ele poderia se contentar com todos os outros clientes apaixonados pela sua arte, e por todos os elogios diários que recebia. Porém, havia apenas um elogio que ele precisava ouvir. 

E Jimin não se contentaria enquanto não o ouvisse. 

— Bom dia, é um café simples, por favor – O homem habitual se sentou no seu lugar habitual.

— Aqui tem. 

Jeongguk recebeu uma chávena de café, porém, não era o que esperava receber.

— Desculpe, mas isso não foi o que eu pedi.

— Ah sim, eu pensei que você pudesse mudar seu pedido hoje.

Jeongguk olhou com um ar um tanto feio para o jovem de cabelos negros. Desde quando é que o empregado escolhia o pedido do cliente?

— Isto é algum tipo de brincadeira? Me dê o café simples.

— Apenas prove. É de graça se você preferir o seu café.

O que esse garoto quer dessa vez? Tá me dando café envenenado? Jeongguk contestava em sua mente. Porém, aquela chávena verde-outono levava uma bebida apelativa. Tinha chantilly e o que parecia ser amendoins torrados. Aparentava ser um café caro, ele teria de aproveitar a oferta.

— O que achou?

— Oh, isso é... – Jeongguk pousou o café semi-bebido, olhando estupefacto o pequeno empregado de olhos brilhantes.

— Mocha! – Ambos falaram em uníssono.

Jeongguk não bebia Mocha há muito tempo, pelo menos não confecionado daquela forma. Aquele sabor fê-lo recordar de inúmeras memórias de infância, quando a sua mãe costumava fazer café com os torrões que ela mesma trazia do campo. Como podia aquele café ter um gosto tão idêntico ao das suas quentes recordações?

— Então, esse é o seu café favorito? – O jovem garoto interrompeu os devaneios nostálgicos de Jeongguk.

— Como?

— Sabe, eu tenho meio que um talento para adivinhar o café favorito das pessoas. E quero saber se mocha é o seu café favorito.

— Não, não é o meu favorito.

Jimin não acreditava mais uma vez no que estava ouvindo. Como assim voltaria a errar? Como aquele homem conseguia tirar toda a confiança que Jimin tinha em seu trabalho?

— Como não é o seu favorito? Eu sempre acerto!

— Não seja tão seguro em tudo o que faz. Mocha não é meu café favorito, mas esse estava exatamente como eu gosto – Jeongguk abriu um sorriso cantino.

O pequeno não sabia se ficava feliz ou triste com o que acabara de ouvir. Mas pelo menos estava cada vez mais perto do seu objetivo.

— Tome – O moreno colocou dinheiro em cima do balcão – Não precisa de me oferecer.

— Gostou mais do que do seu café simples?

—Não, mas quase – Jeongguk se dirigiu à porta de entrada. – Boa sorte tentando amanhã novamente, garoto.

E saiu.

Coffee Addicted; [Jjk + Pjm]Onde histórias criam vida. Descubra agora