Coffee Addicted; [Jjk + Pjm]

Cappuccino

A cafetaria de Jimin andava parada. Os meses de Julho e Agosto eram os mais quentes no país, o que afastava as pessoas de uma boa chávena de café quente. Jimin ainda permanecia com sua catefaria aberta, mesmo que passasse mais tempo lendo ou checando as redes sociais do que trabalhando. Afinal, ele não tinha mais nada que fazer do que estar na cafetaria.
Mas havia pessoas que mesmo tendo outras coisas para fazer, preferiam de ir na cafetaria.

- Posso perguntar uma coisa? - O único cliente daquele estabelecimento falou diretamente para o balcão.

- Ah sim, claro. Quebre meu tédio. - Os cabelos do pequeno empregado esvoaçavam com a revista que este abanava contra o seu rosto.

- Que livro é esse que você sempre está lendo?

Jimin colocou o livro que estava lendo há uns minutos atrás na frente do moreno.

- É uma saga romântica, não deve gostar.

Jeongguk soltou um sorriso.

- Você gosta dessa saga?

- Sim, mas eu só tenho os dois primeiros livros. Não consigo arranjar a continuação em lugar nenhum.

- Acreditaria se eu te dissesse que tenho a coleção inteira?

Jimin bateu com as duas mãos no balcão e aproximou seu rosto perplexo ao do mais velho.

- Sério?!

Jeongguk se levantou.

- Venha, eu te mostro.

Talvez fosse um pouco arriscado ir na casa de um estranho, mas fazia tempo que Jimin não fazia algo além de trabalhar, e, no fundo, aquele homem não era um completo estranho para si.

O pequeno empregado parecia uma criança rodeada de brinquedos, ao adentrar no que lhe parecia ser uma biblioteca gigante.

- NOSSA, OLHA O TANTO DE LIVRO QUE TU TEM!

Jeongguk apenas riu orgulhosamente.

- Quer ver a coleção ou vai continuar apreciando a Disneylândia?

Onde ele arranjou tudo isso? Jimin se perguntava, vendo os doze exemplares de sua saga favorita bem na sua frente.

- Como conseguiu comprar a coleção inteira?!

- Eu não comprei, eu escrevi.

O corpo de Jimin era demasiado pequeno para tanto entusiasmo. Porém, também era demasiado pequeno para tanta confusão. Como assim o cliente rude era o autor do seu livro favorito?

- Você é o JK?!

- Sim, mas não me chame desse jeito por favor. - O moreno riu, se sentando numa poltrona. - Me chame de Jeongguk.

Jimin olhou um lugar onde se pudesse sentar também. Jeongguk estendeu sua mão para uma poltrona na sua frente.

- É estranho só saber seu nome agora. - O pequeno se senta.

- E é estranho eu ainda não saber o seu.

-Jimin.

Jeongguk assentiu com a cabeça e se levantou, saindo da sala. Ao voltar, trouxe uma bandeja com duas chávenas de café em seus braços.

- Hoje serei eu a servi-lo. Ironia, não é mesmo? - O moreno estendeu a bandeja ao mais novo, que tirou uma chávena de seguida.

-Ah, não precisava. É expresso?

Jeongguk não respondeu, apenas apreciou o pequeno empregado levando o café à boca. Este degustou em silêncio.

-Esse é o melhor café que alguma vez bebi - Jimin falava num tom impressionado e, também, um tanto desiludido. - Porque vem na minha cafetaria quando tem um café desses na sua própria casa?

- Eu faço minha vida sozinho. Se não conviver um pouco, eu dou em louco.

- E sua família?

Jeongguk pousou a chávena na mesa de centro que se encontrava no meio das duas poltronas.

- Eles morreram faz muito tempo. Não literalmente, eles simplesmente não existem mais para mim.

O pequeno decidiu não dizer nada. Ele amava sua família e não conseguia compreender como alguém conseguia dizer algo assim. Que ser humano frio, pensou.

- Me dá seu número de celular? - Jimin quebrou o silêncio, estendendo seu celular ao mais velho.

- Por quê isso? - Jeongguk olhou confuso para o aparelho na sua frente.

- Para não se sentir tão sozinho. Afinal, não temos que ter essa barreira de empregado e cliente para sempre, certo?

Então, ao ver os olhos do pequeno fechando com um sorriso, Jeongguk sentiu um calor que fazia tempo que não sentia. Ele sentiu que alguém se importava com ele. E sentiu que, talvez, por momentos, não estava tão sozinho naquele mundo como pensava.

Então agarrou o celular, e digitou o seu número.